SÃO CRISTÓVÃO
ÁREA DOMINADA PELOS HOLANDESES |
Assim é que Felipe II da Espanha, sendo o parente mais próximo, ocupa o trono de Portugal com o título de Felipe I de Portugal dando início ao período denominado UNIÃO DAS COROAS IBÉRICAS OU DOMÍNIO ESPANHOL (1580/1640). Em 1640, após a Restauração da Coroa Portuguesa, o duque de Bragança é aclamado rei de Portugal com o título de Dom João IV, iniciando a dinastia dos Bragança.
Desde a primeira metade do século XVI, logo após a invasão dos portugueses no Brasil, foi instalada a produção do açúcar, financiada, transportada, beneficiada e distribuída no mercado europeu pelos holandeses. Nessa mesma época a Espanha se encontrava em guerra com a Holanda. Ao assumir o trono português, a Espanha proíbe o comércio entre a Holanda e a colônia Brasil, agora dominada pela Espanha. Tendo derrotado a Espanha, a Holanda inicia seu processo de unificação, organiza o Estado com o nome de República das Províncias Unidas, para, em seguida, organizar as invasões no Brasil na tentativa de preservar seus investimentos. A primeira foi na Bahia (1624/25) e a segunda em Pernambuco (1630/54).
NASCE SÃO CRISTÓVÃO
Os franceses que haviam aderido à Reforma Religiosa proposta por Calvino sob o nome de HUGUENOTES viviam em luta com os católicos com mortes de ambos os lados. Assim é que os franceses huguenotes decidem criar uma colônia no Brasil que receberia o nome de França Antártica (1555/1567). Essas lutas deram origem a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Apesar da derrota, os franceses não se retiraram da colônia Brasil definitivamente, migrando para o nordeste onde firmaram aliança com os nativos (índios) da região. Para combatê-los, Felipe II ordena a Cristóvão de Barros que se dirija para a região ameaçada localizada em Sergipe vencendo-os a 1o de janeiro de 1590. Neste mesmo ano, é erguido um forte próximo a foz do rio Sergipe, recebendo o nome de São Cristóvão de Sergipe Del Rei.
AS LUTAS PELA RECONQUISTA |
Após várias mudanças, São Cristóvão veio fixar-se às margens do rio Vaza-Barris onde se encontra até hoje. São Cristóvão foi capital da província de Sergipe até 1855 quando a sede foi transferida para Aracaju.
Em 1637, os holandeses já instalados em Pernambuco, descem o litoral nordestino em direção à Bahia com o objetivo em dominar a sede da colônia. Ao atingirem Sergipe, invadem São Cristóvão sem encontrarem resistência por ter sido abandonada pela população. Em conseqüência, destruíram a cidade. A reação veio com as tropas luso-espanholas.
ÁREA DA AGRO-INDÚSTRIA CANAVIEIRA |
A expulsão dos holandeses da região em 1645 deixa a cidade em ruínas e, só então, São Cristóvão volta a ser reconstruída.
Ao final do século XVII Sergipe foi anexado à Bahia e São Cristóvão passa a ser a Sede da Ouvidoria.
Invadida mais uma vez em 1710, desta feita pelos habitantes de Vila Nova (situada à margem do rio São Francisco), revoltados pelos altos impostos cobrados por Portugal.
Por decreto de Dom João VI de 8 de julho de 1820, Sergipe foi emancipado da Bahia sendo elevado à categoria Província do Império do Brasil tornando-se a capital da Província
Citado pelo padre José Bernadino de Santana Filho em seu livro Paróquia de Nossa Senhora da Vitória (400 anos de HISTÓRIA, Fé e Evangelização, São Cristóvão – Sergipe (1608/2008). “Quando em 1645 São Cristóvão foi reconstruída, oito anos depois de ser destruída pelos holandeses (1637), seus habitantes eram pessoas abastadas para a época, proprietários e criadores de gado (fazendeiros e donos de engenho). Só a qualidade de sesmarias os classificavam Pessoas honradas, de haveres, capazes de cultivarem as terras pedidas e adquiridas, equitativamente, em nome de El Rei. Já em 1855, quando da transferência da capital para Aracaju, seus moradores eram pobres: compostos de funcionários públicos e milicianos, pois os cargos importantes eram ocupados por pessoas vindas de fora (portugueses e italianos). Os agricultores abastados residiam em suas propriedades em Itaporanga, já então vila e, portanto em outro município”
Ainda citando o mesmo autor e apoiado no “Correio Sergipense” de 23 de maio de 1855 alegava o seguinte: “São Cristóvão por sua posição geográfica era o lugar menos apropriado para ser a Capital de uma Província como Sergipe, que em seu litoral pontos mais centrais e mais apropriados (...). Acha-se a cidade de São Cristóvão, colocada em um terreno ladeirento, desigual e estéril, pois que a maior parte, a quase totalidade dos produtos agrícolas encaminha-se para Itaporanga, ficando, assim, a cidade de São Cristóvão com pequeno desenvolvimento das transações comerciais”.
SÃO CRISTÓVÃO ATUAL
No início do século XX a cidade de São Cristóvão recebe novo impulso com a instalação das fábricas têxteis – São Cristóvão e são Gonçalo -. A primeira pertencente a família Amado e a segunda, a família Prado Franco. Seus proprietários vieram, mais tarde, a ingressar na política partidária chegando ao comando do executivo do Estado de Sergipe.
CONVENTO DO CARMO |
As fábricas sobreviveram até a segunda metade do século XX, levando a cidade a entrar em decadência econômica e transformando-se em apêndice da capital Aracaju para onde se dirigiam os habitantes em busca de mercado de trabalho ou migravam para as grandes cidades do sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro.
MATRIZ DE N. S. DA VITÓRIA |
São Cristóvão, cidade onde se instalaram as ordens religiosas dos Franciscanos, Carmelitas e Jesuítas – não obrigatoriamente nessa ordem – fundadores de grandes conventos, foi tombada pelo IPHAN em 23 de janeiro de 1967, atraindo muitos turistas durante o ano e, em especial, na sua festa maior a profissão de SENHOR DOS PASSOS.