terça-feira, 8 de março de 2011

SÃO CRISTÓVÃO

SÃO CRISTÓVÃO


AS INVASÕES ESTRANGEIRAS EM SERGIPE
 ANTECEDENTES



COMERCIANTE HOLANDES - SÉC. XVI/XVII
 


 
ÁREA DOMINADA PELOS HOLANDESES
  A vacância do trono português no final do século XVI com a morte do rei Dom Sebastião na batalha de Alcacer-Quibir (1578) sem deixar herdeiros, assume o trono seu tio-avô de idade avançada e cardeal, que veio a falecer em 1580 findando a dinastia dos Avis (1383/1580).
Assim é que Felipe II da Espanha, sendo o parente mais próximo, ocupa o trono de Portugal com o título de Felipe I de Portugal dando início ao período denominado UNIÃO DAS COROAS IBÉRICAS OU DOMÍNIO ESPANHOL (1580/1640). Em 1640, após a Restauração da Coroa Portuguesa, o duque de Bragança é aclamado rei de Portugal com o título de Dom João IV, iniciando a dinastia dos Bragança.
Desde a primeira metade do século XVI, logo após a invasão dos portugueses no Brasil, foi instalada a produção do açúcar, financiada, transportada, beneficiada e distribuída no mercado europeu pelos holandeses. Nessa mesma época a Espanha se encontrava em guerra com a Holanda. Ao assumir o trono português, a Espanha proíbe o comércio entre a Holanda e a colônia Brasil, agora dominada pela Espanha. Tendo derrotado a Espanha, a Holanda inicia seu processo de unificação, organiza o Estado com o nome de República das Províncias Unidas, para, em seguida, organizar as invasões no Brasil na tentativa de preservar seus investimentos. A primeira foi na Bahia (1624/25) e a segunda em Pernambuco (1630/54).


AS LUTAS PELA EXPULSÃO DO INVASOR

NASCE SÃO CRISTÓVÃO

Os franceses que haviam aderido à Reforma Religiosa proposta por Calvino sob o nome de HUGUENOTES viviam em luta com os católicos com mortes de ambos os lados. Assim é que os franceses huguenotes decidem criar uma colônia no Brasil que receberia o nome de França Antártica (1555/1567). Essas lutas deram origem a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Apesar da derrota, os franceses não se retiraram da colônia Brasil definitivamente, migrando para o nordeste onde firmaram aliança com os nativos (índios) da região. Para combatê-los, Felipe II ordena a Cristóvão de Barros que se dirija para a região ameaçada localizada em Sergipe vencendo-os a 1o de janeiro de 1590. Neste mesmo ano, é erguido um forte próximo a foz do rio Sergipe, recebendo o nome de São Cristóvão de Sergipe Del Rei.
AS LUTAS PELA RECONQUISTA
Após várias mudanças, São Cristóvão veio fixar-se às margens do rio Vaza-Barris onde se encontra até hoje. São Cristóvão foi capital da província de Sergipe até 1855 quando a sede foi transferida para Aracaju.
Em 1637, os holandeses já instalados em Pernambuco, descem o litoral nordestino em direção à Bahia com o objetivo em dominar a sede da colônia. Ao atingirem Sergipe, invadem São Cristóvão sem encontrarem resistência por ter sido abandonada pela população. Em conseqüência, destruíram a cidade. A reação veio com as tropas luso-espanholas.
ÁREA DA AGRO-INDÚSTRIA CANAVIEIRA
 A expulsão dos holandeses da região em 1645 deixa a cidade em ruínas e, só então, São Cristóvão volta a ser reconstruída.
Ao final do século XVII Sergipe foi anexado à Bahia e São Cristóvão passa a ser a Sede da Ouvidoria.
Invadida mais uma vez em 1710, desta feita pelos habitantes de Vila Nova (situada à margem do rio São Francisco), revoltados pelos altos impostos cobrados por Portugal.
Por decreto de Dom João VI de 8 de julho de 1820, Sergipe foi emancipado da Bahia sendo elevado à categoria Província do Império do Brasil tornando-se a capital da Província


MONUMENTO AO CRISTO - SÃO CRISTÓVÃO
 A MUDANÇA DA CAPITAL
Citado pelo padre José Bernadino de Santana Filho em seu livro Paróquia de Nossa Senhora da Vitória (400 anos de HISTÓRIA, Fé e Evangelização, São Cristóvão – Sergipe (1608/2008). “Quando em 1645 São Cristóvão foi reconstruída, oito anos depois de ser destruída  pelos holandeses (1637), seus habitantes eram pessoas abastadas para a época, proprietários e criadores de gado (fazendeiros e donos de engenho). Só a qualidade de sesmarias os classificavam Pessoas honradas, de haveres, capazes de cultivarem as terras pedidas e adquiridas, equitativamente, em nome de El Rei. Já em 1855, quando da transferência da capital para Aracaju, seus moradores eram pobres: compostos de funcionários públicos e milicianos, pois os cargos importantes eram ocupados por pessoas vindas de fora (portugueses e italianos). Os agricultores abastados residiam em suas propriedades em Itaporanga, já então vila e, portanto em outro município”       
Ainda citando o mesmo autor e apoiado no “Correio Sergipense” de 23 de maio de 1855 alegava o seguinte: “São Cristóvão por sua posição geográfica era o lugar menos apropriado para ser a Capital de uma Província como Sergipe, que em seu litoral pontos mais centrais e mais apropriados (...). Acha-se a cidade de São Cristóvão, colocada em um terreno ladeirento, desigual e estéril, pois que a maior parte, a quase totalidade dos produtos agrícolas encaminha-se para Itaporanga, ficando, assim, a cidade de São Cristóvão com pequeno desenvolvimento das transações comerciais”.



ESTAÇÃO FERROVIÁRIA - SÃO CRISTÓVÃO

PREFEITURA MUNICIPAL DE S. CRISTÓVÃO

 SÃO CRISTÓVÃO ATUAL


CONVENTO DO CARMO
 No início do século XX a cidade de São Cristóvão recebe novo impulso com a instalação das fábricas têxteis – São Cristóvão e são Gonçalo -. A primeira pertencente a família Amado e a segunda, a família Prado Franco. Seus proprietários vieram, mais tarde, a ingressar na política partidária chegando ao comando do executivo do Estado de Sergipe.
  
 MATRIZ DE N. S. DA VITÓRIA
As fábricas sobreviveram até a segunda metade do século XX, levando a cidade a entrar em decadência econômica e transformando-se em apêndice da capital Aracaju para onde se dirigiam os habitantes em busca de mercado de trabalho ou migravam para as grandes cidades do sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro.
São Cristóvão, cidade onde se instalaram as ordens religiosas dos Franciscanos, Carmelitas e Jesuítas – não obrigatoriamente nessa ordem – fundadores de grandes conventos, foi tombada pelo IPHAN em 23 de janeiro de 1967, atraindo muitos turistas durante o ano e, em especial, na sua festa maior a profissão de SENHOR DOS PASSOS.

CONVENTO DE SÃO FRANCISCO
 José Floriano Oliveira






domingo, 6 de março de 2011

EDUCAÇÃO

A EDUCAÇÃO É UM DIREITO DE TODOS?



O preâmbulo do artigo 205 da Constituição Federal de 1988, diz:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovido e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”

O artigo 206 se refere aos princípios da educação no Brasil:
I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV – Gratuidade do ensino púbico em estabelecimentos oficiais;
V – Valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da Lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da Lei;
VII – GARANTIA DE PADRÃO DE QUALIDADE. (grifo nosso)

LINDO, LINDO, LINDO. Estas são as determinações da nossa Carta Magna. Sendo cumprida, não há razão para duvidar que a EDUCAÇÃO no Brasil seja a melhor do mundo. No entanto...

1o Princípio – A igualdade de condições de acesso e permanência na escola visto que ainda hoje após 23 anos de sua promulgação, vemos todo início de ano filas de pais em busca de matricular seus filhos. Quanto a permanência, os experts em educação representantes do governo, resolveram o problema determinando que o aluno não fosse exposto ao ridículo da repetência;

2o Princípio – Liberdade de aprender e ensinar: Como é possível ensinar bem, transferir o saber para o aluno se o professor, cada vez mais, é vítima da baixa qualidade do ensino, tendo que se desdobrar assumindo compromisso com várias instituições de ensino em busca de melhorar seu salário, e, obvio, falta o tempo para a pesquisa, preparo da aula e atualização, como, por exemplo, participação em congressos e seus similares;

3o Princípio – O jovem, em sua maioria, não recebe o incentivo para cursar os cursos de professor. Por outro lado, o professor, com as devidas ressalvas, não se encontra preparado para transferir o saber pedagógico, e exigir do aluno um retorno do aprendizado. É o ciclo vicioso. Quanto a coexistência do ensino público e privado, apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e seus diversos institutos deixa a desejar e, ainda, visto que há grande interferência política partidária no sistema educacional, terreno fértil para as ações demagógicas;

4o Princípio – Este, na realidade, funciona ressalvando as filas de início de ano que continuam;

5o Princípio – A valorização do profissional é o “calo”. No momento em que as autoridades governamentais entenderem e despertarem, em sua sensibilidade, que os problemas da sociedade tem como causa a “VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO, E COMO CONSEQUÊNCIA SEU MELHOR DESEMPENHO”, tenho certeza, não só “redescobriram a roda” como também eliminam grande parte das mazelas e desperdícios orçamentários em todos os sentidos. Discursarem que não podem melhorar o salário dos profissionais do ensino por levarem a falência aos Municípios, Estados e até mesmo a União, é falácia. Ora, se não pode por não ter dotação orçamentária, como então o “Corpo Legislativo” auto legisla aumentando seus vencimentos em 60% sabendo que aumentando seus vencimentos, automaticamente aumentará os do legislativo das Unidades Federativas e dos Municípios, pois estes, por lei, tem seus vencimentos agregados àquele primeiro.  É no mínimo, demagógico. O outro lado desse princípio é o acesso ao serviço público através de concurso. Correto. No entanto, os municípios e os estados, esquecem que os concursos têm uma carência de dois anos, e partem para o “CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO” para servir a deputados estaduais e vereadores (que indicam seus afilhados) para preencherem as vagas que, por direito, pertencem a aqueles concursados. Não sabem, ou no mínimo, não querem saber, ou ainda, não tem um profissional (mas seus gabinetes estão repletos de assessores, invariavelmente familiares) orientando-os, que “A EDUCAÇÃO É ATIVIDADE FIM” e, portanto, “NÃO CABE O CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO” (artigo 443 da CLT – os contratos são regidos pela CLT) visto que ao professor o CONTRATO POR PRAO DETERMINADO, só cabe o “Contrato de Experiência”, mesmo assim, sem ultrapassar noventa dias. É um ABUSO e o MINISTÉRIO PÚBLICO (fiscal da sociedade) já deveria ter denunciado visto que é detentor do PODER que lhe reservado por lei;

6o Princípio – A “Gestão Democrática”, no ensino público, particularmente no ensino superior, é confundida com eleição. Essa forma de escolha “Gestão Democrática, é a forma de operacionalização do poder na escola. A política partidária, o corporativismo e as ideologias tornam-se malignas, não sendo as melhores opções para uma educação de qualidade;

7o Princípio - A Garantia do Padrão de Qualidade. O artigo 8o da LDB em seu § 1o reza que “Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
Diante do exposto, entendemos que cabe a União e as diversas unidades da federação, o dever de fiscalização. No entanto, por motivos obscuros a inteligência da sociedade, observa-se na rede particular de ensino e, um pouco menos na rede pública os descalabros ferindo esse princípio.

CONCLUSÃO

A educação no Brasil hoje é estatística. É a hipocrisia governamental de apresentar “bons resultados”, a mercantilização da educação, as estatísticas maquiadas e noção preconceituosa levando o aluno a deixar ser aluno para ser CLIENTE.
Aqueles que participam desse conjunto de exposição fazem parte da sociedade que alcançou a estatística do governo de “Classe Média” por receber o equivalente a três salários mínimos (baixos salários, maior número de componentes na camada social). É o conceito deturpado de “auto-estima”, da doutrinação, da política governamental de apresentar o Brasil como o país que deixa de ser terceiro mundista.
O outro lado é a propaganda externa levada pelo governo brasileiro de que temos o melhor conjunto de leis do mundo. No entanto, nos deparamos com a dicotomia: A lei escrita, e a prática. Na prática, temos conhecimento das últimas estatísticas da ONU que o Brasil se encontra 88o lugar em educação.
E a Lei? Para que serve. Enquadrá-la em moldura expondo-a na parede? Será que a ética da política governamental é doutrinar o povo, oferecendo-lhe conceitos retardados, iludindo-os, mas, reservando o direito das boas escolas para os filhos da camada dirigente, abastada, que, em futuro próximo, irá governar o país. Resta então a pergunta? E aqueles mesmo tendo “nascido em berço de ouro”, não conseguiram alcançar a graduação instrucional e assim se lançar no mercado? Bem, a estes é reservado o espaço na política partidária, candidatando-se e elegendo-se por força de origem do nome dos políticos de carreira. Ou, quando ainda assim não conseguem eleger-se, resta à candidatura a “vice” na chapa do pai por ser esta onde o candidato é eleito, mas não votado, ou preencha o espaço de outro candidato (por conchavos) que pertença ao mesmo grupo partidário. Quando nada disso é o suficiente, é escolhido para um cargo de ministro ou afins nos diversos escalões do governo.
A conclusão é de desrespeito a nossa Carta Magna, rasgando-a no que tange o artigo 5o quando se refere aos “DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS”.


Belford Roxo, 11 de março de 2011
                                                                                      
José Floriano Oliveira

quarta-feira, 2 de março de 2011

ATAFONA... NUNCA SERA ESQUECIDA

ATAFONA NUNCA SERÁ ESQUECIDA.



O RIO SUJANDO O MAR
O PESCADOR DE SEU PORTO
SAINDO O PEIXE PESCAR
O TURISTA QUE VEM PASSEAR
FAZ O POVO TRABALHAR
E VOCÊ QUE VEM DE LONGE
RECEBA COM ORGULHO
AS BOAS VINDAS DOS DE CÁ


A ILHA DA CONVIVÊNCIA
É DE UM TODO PARTICULAR
OS JOVENS QUE SE CONHECEM
PEDEM AOS PAIS PRA NAMORAR
AO DIZER SIM OS ACOLHEM NO LAR
MAS OS FILHOS OBEDIENTES
A CULTURA DO LUGAR
LEMBRAM OS PRECEDENTES
E FOGEM PARA CASAR
ATAFONA TU ÉS ALVORADA
PRIMEIRA A SE BANHAR AO SOL
MENINAS, VELHAS E MOÇAS
TURISTA E PESCADOR
AGUARDAM O RENASCER
DO PONTAL A GRUSSAI
TODOS DEVEM CONHECER
O SOL EM SEU ESPLENDOR
DURANTE O ALVORECER

TUAS PRAÇAS ENFEITADAS
OUTRAS EMOLDURADAS
A COLÔNIA DE PESCADORES
A PREPARAÇÃO DOS PETRECHOS
O ENTRA E SAI DAS BARCAÇAS
O MATREQUEAR DOS MOTORES
NÃO TEM HORA PRA COMEÇAR
MAS NA HORA DA MARÉ ALTA
NÃO SE ESPERA PARA LARGAR

DE ATAFONA SE AVISTA
O MAIS LINDO POR-DO-SOL
DESCENDO POR ENTRE AS ILHAS
DO DELTA NA SUA FOZ
O MAIS LINDO ENTARDECER
DO PARAÍBA DO SUL
PERCORRENDO LONGA DISTÂNCIA
VEM DESAGUAR ENTRE NÓS
FAZ O DIA ENTERNECER


ATAFONA, 03 DE JANEIRO DE 2011
JFLORIANO