SHOWS MOSTRAM COMO ERAM AS CANÇÕES QUE A CENSURA PROIBIU
O artigo publicado pelo jornal O Globo no domingo 26/06/2011 e assinado por Luiz Fernando Vianna, transcrito na íntegra por José Floriano Oliveira, (postou em maio de 2001, no seu Blog floriturano_floritur, a matéria - “A Ditadura Militar, os Festivais e a Música Popular Brasileira” nos oferece uma dimensão “jocosa” do que foi a “Censura)” criada durante o período da ditadura militar para evitar as críticas e protestos sobre os desmandos do regime. A proposta dos compositores e intelectuais era lutar pela retomada da democracia como expressão das liberdades, principalmente, “o direito de ir e vir”, “o direito de pensamento”, em suma, “assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais inerentes ao ser humano”.
Na tentativa de maior ilustração do excelente artigo de LUIZ FERNANDO VIANNA, acrescentei as letras das músicas citadas e fotos dos compositores, além, claro, do autor do texto e do jornalista Arthur Dapieve que é feito menção.
Na tentativa de maior ilustração do excelente artigo de LUIZ FERNANDO VIANNA, acrescentei as letras das músicas citadas e fotos dos compositores, além, claro, do autor do texto e do jornalista Arthur Dapieve que é feito menção.
Histórias sobre as restrições impostas pela censura a compositores brasileiros no regime militar já foram tão contadas que mal se toca hoje no assunto. Mas o produtor Marcos Fernando descobriu uma forma original de retomá-lo: Reunir em quatros shows 52 e duas canções vetadas à época ou que tiveram que ser reescritas. A série “Cale-se – A Censura musical” começa na próxima quinta feira (30/06/2011) e vai até 10 de julho de 2011 no Centro Cultural Banco de Brasil (CCBB).
- Li sobre o tema, mas faltava pôr isso no formato de show, até para ouvirmos as músicas como foram escritas – Diz Marcus.
“Mestre Sala dos Mares”, um dos maiores sucessos da dupla João Bosco/Aldir Blanc, tinha como título “Almirante Negro” e fazia referências mais explícitas à Revolta da Chibata, liderada por João Cândido em 1910 contra os castigos físicos aos marinheiros (veja letra ao lado).
O Mestre-Sala dos Mares
João Bosco e Aldir Blanc
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar apareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Entre cantos e chibatas
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar apareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Entre cantos e chibatas
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava, então:
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias,
Glória à farofa, à cachaça, às baleias,
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esqueceram jamais.........
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
(Mas, salve...)
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava, então:
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias,
Glória à farofa, à cachaça, às baleias,
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esqueceram jamais.........
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
(Mas, salve...)
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Fátima Guedes e Zé Luiz Mazziotti cantarão o samba no primeiro show da série, juntamente com algumas músicas de Chico Buarque. Uma delas é “Bolsa de Amores”, feita para Mário Reis gravar e censurada por supostamente ofender as mulheres.
BOLSA DE AMORES
Comprei na bolsa de amores
As açoes melhores
Que encontri por lá
Ações de uma morena dessas
Que dão lucro à beça
Pra quem sabe
E pode jogar
Mas o mercado entrouem baixa
Estou sem nada em caixa
Já perdi meu lote
Minha morena me esquecendo
Não deu dividendo
Nem deixou filhote
E eu que queria
De coração
Ganhar um dia
Alguma bonificação
Bem que dizia
Meu corretor
A moça é fria
Ao portador
BOLSA DE AMORES
Comprei na bolsa de amores
As açoes melhores
Que encontri por lá
Ações de uma morena dessas
Que dão lucro à beça
Pra quem sabe
E pode jogar
Mas o mercado entrou
Estou
Já
Minha morena me esquecendo
Não deu dividendo
Nem deixou filhote
E eu que queria
De coração
Ganhar um dia
Alguma bonificação
Bem que dizia
Meu corretor
A moça é fria
Ao portador
Dos mais conhecidos alvos da Censura, ”Apesar de Você” surgirá apenas no terceiro show, em que Inez Viana e Alfredo Del-Penho cantarão exemplares da dita música brega. Explica-se: o primeiro disco de Benito di Paula, de 1972, foi retirado de circulação por conter o samba que Chico lançara num compacto – censurado após meses fazendo sucesso. Nesse bloco da série também estarão “Meu caro Amigo Chico” de Luiz Ayrão, em canções sensuais de Odair José.
MEU CARO AMIGO CHICO
Amigo Chico recebi a sua carta
E talvez eu já não parta
Como estava planejando
Você me diz que a coisa aí tá preta
E na pá na picareta a gente acaba segurando
Tava querendo regressar ainda este ano
mas você mudou meu plano
lhe agradeço pela pista
Se estão jogando futebol
Se estão dançando rock'n'roll
Sinceramente minha gente e masoquista
Por outro lado tô cansado de dar duro
Só queria no futuro humildemente descansar
Ir esperando bem sentado aquele reino encantado
Que disseram pro humilde esperar
Mas ser humilde hoje em dia é careta
O negócio é mutreta e pelo que você me diz
A coisa aí anda tão preta que nem dando pirueta
Em seu planeta se consegue ser feliz
- As composições bregas focalizavam temas tabus, como drogas, homossexualismo, prostituição, adultério. Racismo, alienação, exclusão e injustiça social – explica Paulo César de Araújo autor de “Eu não sou Cachorro Não: música popular cafona e ditadura militar”. – Ao contrário dos artistas da MPB, que falavam para o um público de classe média intelectual, já convertido, os bregas eram ouvidos por um segmento mais popular, majoritariamente católico, conservador. Neste sentido, o repertório brega era mais contestador.
Eu Nao Sou Cachorro Não
Eu não sou cachorro, não
Pra viver tão humilhado
Eu não sou cachorro, não
Para ser tão desprezado
Tu não sabes compreender
Quem te ama, quem te adora
Tu só sabes maltratar-me
E por isso eu vou embora.
A pior coisa do mundo
É amar sendo enganado
Quem despreza um grande amor
Não merece ser feliz, nem tão pouco ser amado
Tu devias compreender
Que por ti, tenho paixão
Pelo nosso amor, pelo amor de Deus
Eu não sou cachorro, não
Pra viver tão humilhado
Eu não sou cachorro, não
Para ser tão desprezado
Tu não sabes compreender
Quem te ama, quem te adora
Tu só sabes maltratar-me
E por isso eu vou embora.
A pior coisa do mundo
É amar sendo enganado
Quem despreza um grande amor
Não merece ser feliz, nem tão pouco ser amado
Tu devias compreender
Que por ti, tenho paixão
Pelo nosso amor, pelo amor de Deus
Eu não sou cachorro, não
A distância da época em que as proibições aconteceram contribui para que muitas provoquem riso. Marcus contará histórias no palco, como a de “Pesadelo”, a única não censurada da série: Paulo César Pinheiro, parceiro de Maurício Tapajós na música, enviou a letra para a Censura na pasta das composições do novo disco do Agnaldo Timóteo, cantor não visado pelos militares.
Quando um muro separa, uma ponte une
Se a vingança encara, o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta
E se a força é tua, ela um dia é nossa
Olha o muro, olha o poste
Olha o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós
Olha aí...
Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente...olha eu de novo
Pertubando a paz, exigindo o troco
Vamos por aí, eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós
Olha aí...
O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo-horizonte
Abraça o dia de amanhã
Olha aí...
Se a vingança encara, o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta
E se a força é tua, ela um dia é nossa
Olha o muro, olha o poste
Olha o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós
Olha aí...
Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente...olha eu de novo
Pertubando a paz, exigindo o troco
Vamos por aí, eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós
Olha aí...
O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo-horizonte
Abraça o dia de amanhã
Olha aí...
“Chico Brito” (Wilson Batista/Afonso Teixeira), samba que será interpretado por Zé Renato no segundo show, tinha sido gravado em 1949, mas foi censurado em 1971, na voz de Paulinho da Viola, em função do verso ”fuma uma erva do norte”. E “Tiro ao Álvaro” que Verônica Ferriani cantará, foi considerada de “péssimo gosto” pela censora por causa do vocabulário típico de Adoniran Barbosa.
De tanto levar
"frexada" do teu olhar
meu peito até
parece sabe o que?
"talbua" de tiro ao "álvaro"
não tem mais onde furar (2x)
teu olhar mata mais
do que bala de carabina
que veneno estriquinina
que pexeira de baiano
Teu olhar mata mais
Que atropelamento
De automóvel
mata mais
Que bala de revorver.
De tanto levar
"frexada" do teu olhar
meu peito até
parece sabe o que?
"talbua" de tiro ao "álvaro"
não tem mais onde furar (2x)
teu olhar mata mais
do que bala de carabina
que veneno estriquinina
que pexeira de baiano
Teu olhar mata mais
Que atropelamento
De automóvel mata mais
Que bala de revorver.
Chico Brito
Lá vem o Chico Brito,
Descendo o morro nas mãos do Peçanha,
É mais um processo!
É mais uma façanha!
Chico Brito fez do baralho seu melhor esporte,
É valente no morro,
Dizem que fuma uma erva do norte.
Quando menino teve na escola,
Era aplicado, tinha religião,
Quando jogava bola era escolhido para capitão,
Mas, a vida tem os seus revezes,
Diz sempre Chico defendendo teses,
Se o homem nasceu bom, e bom não se conservou,
A culpa é da sociedade que o transformou.
Descendo o morro nas mãos do Peçanha,
É mais um processo!
É mais uma façanha!
Chico Brito fez do baralho seu melhor esporte,
É valente no morro,
Dizem que fuma uma erva do norte.
Quando menino teve na escola,
Era aplicado, tinha religião,
Quando jogava bola era escolhido para capitão,
Mas, a vida tem os seus revezes,
Diz sempre Chico defendendo teses,
Se o homem nasceu bom, e bom não se conservou,
A culpa é da sociedade que o transformou.
Tiro ao Álvaro
De tanto levar
"frexada" do teu olhar
meu peito até
parece sabe o que?
"talbua" de tiro ao "álvaro"
não tem mais onde furar (2x)
teu olhar mata mais
do que bala de carabina
que veneno estriquinina
que pexeira de baiano
Teu olhar mata mais
Que atropelamento
De automóvel
mata mais
Que bala de revorver.
De tanto levar
"frexada" do teu olhar
meu peito até
parece sabe o que?
"talbua" de tiro ao "álvaro"
não tem mais onde furar (2x)
teu olhar mata mais
do que bala de carabina
que veneno estriquinina
que pexeira de baiano
Teu olhar mata mais
Que atropelamento
De automóvel mata mais
Que bala de revorver.
O quarto show, com Eduardo Dussek e Cris Delanno, será dedicado ao pop rock, do cerceamento às músicas de Raul Seixas na década de 1970 – “óculos Escuro (Como vovó já Dizia)” teve sua quase toda refeita por Paulo Coelho – aos cortes na produção dos anos de 1980. O primeiro disco da Blitz saiu com duas faixa arranhadas, opção da gravadora para não ter que fabricar de novo os LPs após o veto às músicas.
ÓCULOS ESCURO
ÓCULOS ESCURO
-Como vovó já dizia
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
(Mas não é bem verdade!)
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Hum!…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente está na terra
O programa está no ar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
(Mas não é bem verdade!)
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Hum!…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente está na terra
O programa está no ar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uuuuuuuh!…
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uuuuuuuh!…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
“Se subiu tem que descer”
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer…
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
“Se subiu tem que descer”
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro…
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Solta a serpente!
Hari Krishna!
Hari Krishna!…
Usa óculos escuro
Solta a serpente!
Hari Krishna!
Hari Krishna!…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uhuuuu!…
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uhuuuu!…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
“Se subiu tem que descer”
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente tá na terra
E o programa está no ar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro…
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
“Se subiu tem que descer”
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente tá na terra
E o programa está no ar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro…
O que bandas como Blitz, Plebe Rude e Ultraje a Rigor fizeram foi aproveitar-se das fraquezas do regime militar, explorar as suas brechas, alargando-as com sua ironia e ajudando a enterrar de vez a censura prévia – diz Arthur Dapieve, colunista do Globo e autor de “BRock – O Rock Brasileiro dos Anos 80” . – O rock encarou a censura como um contratempo natural no processo de redemocratização na qual ele próprio se inseria.
Belford Roxo, 30 de junho de 2011
José floriano Oliveira
Belford Roxo, 30 de junho de 2011
José floriano Oliveira
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