terça-feira, 12 de abril de 2011

O BRASIL NA ENCRUZILHADA

O BRASIL NA ENCRUZILHADA

Atualmente no Brasil, a dimensão social está bem encaminhada. A pobreza vem caindo há vários anos de forma estável, a desigualdade de renda caiu para os níveis mais baixos desde 1960 e a renda de parcelas geralmente excluídas dos benefícios do crescimento, como as mulheres vem crescendo a taxas chinesas, Há vários fatores por trás disto, destacando-se a estabilidade macroeconômica (que protege os mais pobres), a expansão da educação e uma agressiva política social ao longo dos últimos 16 anos.
Claro existe os grupos que se sentem prejudicados com a concorrência chinesa e pela taxa de câmbio valorizada. Alguns sinais amarelos já são visíveis. A taxa de inflação se aproxima do teto da meta de inflação e, os preços administrativos, a alta de preços é generalizada e atinge inclusive o setor de serviços. O saldo em conta corrente se reduziu em mais de quatro pontos do PIB, apesar de um ganho de 40% na relação entre preços médios de exportação e importação.
Em boa parte estas tensões espelham desafios fundamentais que se colocam no país. No topo da lista está a frustrante dificuldade em se aumentar á taxa de investimento do país, que vem evoluindo lentamente para os atuais 18,4% do PIB, apesar dos esforços e subsídios do BNDS. Trata-se, talvez da maior frustração econômica do governo Lula, que com bom senso reduziu significativamente o risco político do país, mas assim mesmo não conseguiu mobilizar os nossos “espíritos animais”. A nosso ver a explicação para este fenômeno está no par de ideologias (de raízes nacional desenvolvimentistas) e dificuldades de execução (enraizadas em um Estado loteado e ineficiente).
Além da baixa taxa de investimento, o Brasil vive hoje um início de crise no mercado de trabalho. A crise não é a tradicional e terrível falta de emprego, mas sim a falta de trabalho qualificado, em todas as faixas. Uma comparação com a Coréia do Sul pode ser útil.
Nos últimos 40 anos a Coréia foi de uma renda per capita 30% inferior à nossa a um nível hoje três vezes maior! Isso foi possível porque a Coréia investiu muito mais e educou mais e melhor do que nós. A escolaridade média subiu de 4,3 anos para cerca de 13 anos (igual a americana), Enquanto a nossa foi de dois anos para em torno de sete anos. E qualidade coreana é excelente, enquanto aqui é, a média, sofrível. Uma resposta mais eficaz aqui é urgente, nas três esferas de governo.
O Brasil está, portanto, diante de uma encruzilhada. Do jeito que as coisas vão, parecemos caminhar para uma repetição do modelo nacional desenvolvimentista, mas com uma taxa de investimento inferior à versão original. Em que pese o maior foco atual no social, não custa lembrar que esta opção foi não só excludente socialmente, como gerou uma série de distorções que provocaram a estagnação posterior. Podemos ter alguns anos de vacas gordas, mas estamos fadados a parar longe de completar a convergência para os melhores padrões globais.
Não existe uma alternativa a este caminho, mas alguns pontos são essenciais. Como indica a Coréia, o Brasil precisa investir e educar mais e melhor. O governo tem que promover as reformas necessárias para contribuir com a sua parte, investindo mais e gastando menos, e revalorizando a boa regulamentação para mobilizar o investimento privado.

Fragmento do texto de Armindo Fraga Neto e Pedro Cavalcante Ferreira, extraído de “O Globo”, publicado no domingo, 10 de abril de 2011

Belford Roxo, 12 de abril de 2011

José Floriano Oliveira
ANÁLISE

O texto acima nos oferece a oportunidade para algumas reflexões, que diria não novas, muito menos originais. Por outro lado, entendo que o momento é de forma oportuno, visto que estamos no início do quadriênio de uma nova gestão de governo e quiçá venha a emplacar um próximo, possibilitando a prática de programas direcionais para o desenvolvimento do país. Em regra geral a discussão já existe a muito tempo, faltando a disposição política de atacar com mais vigor os estudos já propostos e deixar de lado as “inovações” ou caminhos tortuosos que não avançam em nosso desenvolvimento. Analisemos alguns pontos: Desenvolvimento econômico, entrave na educação e a falta de mão-de-obra qualificada.
No que diz respeito o desenvolvimento econômico estamos caminhando para a frente, conseguindo sair do impacto da crise mundial sem grandes transtornos, mas, no entanto, continuamos navegando em águas rasas com o baixo crescimento do PIB e a ameaça inflacionária.
Quanto a educação entendo ser o nosso “calo”. Apesar do governo, através da mídia, apresentar melhora em nossos índices, estes foram tão minúsculos que é necessário uma boa “lupa” para apreciá-lo. Ora, a educação é carro chefe de qualquer nação para alcançar seu desenvolvimento. Não há necessidade de apresentar exemplos de países, pois todos nós conhecemos. O que precisamos é de investimentos qualificados para melhor qualificar nossos professores no campo da pesquisa, e, principalmente, no fundamental, e básico, para que estes se sintam confortados e tenham o “tempo” adequado para o preparo de suas aulas, e concomitantemente, melhor ministrá-la. Esse “conforto” só é possível com salários dignos (como declara a CF e a CLT) para que o professor possa dispor de tempo integral, e não, como vemos a prática da politização da educação e, apesar da proibição por parte da CLT nos “contratos por prazo determinado” os Estados e os Municípios são os primeiros a dar o mau exemplo,
levando professor a ter o mínimo de tempo, inclusive, para se alimentar.
Por último, temos a qualificação da mão-de-obra onde já é observada a carência de mestre de obra. Ora, se o Brasil está em crescimento, é porque está investindo. Se está investindo, os mais diversos setores estão se expandindo. Se está se expandindo, há necessidade de mão-de-obra qualificada. A pergunta que se faz é como suprir a carência de qualificação em mão-de-obra? Entendo que o momento é o melhor possível para corrigir esse desalinho: Estamos no início de quadriênio de um governo e, com certeza este deverá ser prorrogado por mais quatro. Assim sendo e no aguardo que o vício político seja esquecido, reúna os técnicos (os bons e sérios em educação), desenvolva programas (resguardando as diferenças regionais), orientando as escolas em todos os seus níveis para graduar os alunos, oferecendo melhores oportunidades que tenho a certeza que ao final do governo teremos um país mais desenvolvido exportando mão-de-obra e não na eminência de sua importação.

Belford Roxo, 12 de abril de 2011

José Floriano Oliveira




sexta-feira, 8 de abril de 2011

ATINGIMOS O NÍVEL DE PRIMEIRO MUNDO?

BRASIL UM PAÍS NO PRIMEIRO MUNDO

Quando nasci o Brasil nem era classificado como Terceiro Mundista. No pós Segunda Guerra Mundial atingiu a classificação de Terceiro Mundo. A partir da metade dos anos cinqüenta recebeu o título de País em Desenvolvimento. Hoje, início do Terceiro Milênio, comentários são feitos que o Brasil já é parte do Primeiro Mundo. Primeiro Mundo! Sim, Primeiro Mundo? Será pelo desenvolvimento de sua economia? Será pelo consumismo? Será pelo desenvolvimento do IDH? Será por ocuparmos a oitagésima oitava posição em educação? Ou pelas tragédias como Carandiru, massacre da catedral, massacre de Cordovil? Ou ainda, como aconteceu no dia 8 de abril nos festejos de uma escola pública em Realengo no rio de Janeiro um tresloucado invadi-la e atirando matar 12 crianças como comumente acontece nos Estados Unidos da América.
Não, desenvolvimento cultural não é isso. Desenvolvimento não ter por base conceitos religiosos onde seus sacerdotes exigindo o cumprimento dos Livros Sagrados impõem que seus seguidores devem morrer por ele.
O conceito de pureza e impureza como declarado em carta deixada pelo atirador só existe na cabeça de doutrinadores presos a ideologias de fanáticos.
O Brasil é uma nação multi-racial, multi-religiosa onde desde sempre respeitamos o sincretismo em seu grau mais extenso.
O deus que criou o mundo não estabeleceu quem é puro ou impuro. Ele deixou claro que temos o livre arbítrio de praticarmos o que desejarmos, ficando a disposição das penalidades materiais ou transcendentais. A idéia da escolha de Sofia é criação do Homem.
Se o terrorismo é condição para a classificação de Primeiro mundo, prefiro continuar na condição de Terceiro Mundista e preservando as origens culturais.
Se tivermos que seguir um modelo, que seja aquele demonstrado pelos japoneses, que, diante de tamanha catástrofe, nos ensina em sermos iguais, preservar o direito de terceiro, sermos disciplinado, e ainda mesmo diante das necessidades mais urgentes por elementos vitais, como a água, não foi observado nenhuma invasão a supermercados, aguardando disciplinadamente nas filas formadas para a obtenção de sua cota.
Este, sim, que é um bom exemplo de Primeiro Mundo.

Belford Roxo, 09 de abril de 2011
José Floriano Oliveira

terça-feira, 5 de abril de 2011

A SOCIEDADE BRASILEIRA FALADA E CANTADA

APRESENTAÇÃO

A TODOS AQUELES QUE GOSTA DE CULTURA E CANTAR AS COISAS DO BRASIL

BRASIL COLÔNIA

A SOCIEDADE BRASILEIRA E A POESIA FALADA E CANTADA

Letras de música: Internet
Textos: José Floriano Oliveira


BRASIL COLÔNIA

O texto que segue não tem nada de original, visto que, em finais dos anos setenta do século passado, já escrevi outro, homenageando o Dia Internacional da Mulher com este formato. Retorno, com o formato, apresentando a sociedade brasileira através da música sem, no entanto, considerar como um trabalho concluído.
Na realidade, a caminhada que nos propomos apresentar passa muito mais pelos seus dissabores contada com ironia, muito das vezes, outras, como protesto, De qualquer forma, é a sociedade que está presente com todas suas mutações.

Erro de português
Osvaldo de Andrade

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português






Certo dia, em finais do século XV, o Brasil foi descoberto. DESCOBERTO? Falha nossa, ou é assim que os compêndios oficiais grafam a História do Brasil para os nossos alunos, ou melhor, para nossos filhos. Absurdo?
Caminhemos com nossos poetas:
Invadido o Brasil, sem resistência, vem os homens de vestes negras, que não conseguem ficar distante do Poder, fincam uma cruz e pregam a primeira cerimônia religiosa do homem branco, para, depois, escravizá-lo e Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro assim cantou:


Canto das Três Raças

Compositor: Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor no canto do Brasil
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o ÍNDIO guerreiro foi pro cativeiro e de lá cantou

NEGRO entoou
Um canto de revolta pelos ares
Do Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou



Fora a luta dos INCONFIDENTES
Pela quebra das correntes, nada adiantou
E de guerra em paz, de paz em guerra
Todo
povo dessa terra quando pode cantar
Canta de dor

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor





Candeia, grande compositor, escreve Dia de Graça e homenageia o carnaval, a mulata e lembra ao negro que, o ser escravo não privilégio seu. Portanto, esqueça a idéia preconceituosa de que ser negro é ser menor:




DIA DE GRAÇA
Candeia

Hoje é manhã de carnaval (ao esplendor)
As escolas vão desfilar (garbosamente)
Aquela gente de cor com a imponência de um rei, vai
pisar na passarela (salve a Portela)
Vamos esquecer os desenganos (que passamos)
Viver alegria que sonhamos (durante o ano)
Damos o nosso coração, alegria e amor a todos sem distinção de cor
Mas depois da ilusão, coitado
Negro volta ao humilde barracão
Negro acorda é hora de acordar
Não negue a raça
Torne toda manhã dia de graça
Negro não humilhe nem se humilhe a ninguém
Todas as raças já foram escravas também
E deixa de ser rei só na folia e faça da sua Maria uma rainha todos os dias
E cante o samba na universidade
E verás que seu filho será príncipe de verdade
Aí então jamais tu voltarás ao barracão




No século XVI e XVII, a agroindústria açucareira já se encontrava estabelecida e motivo de novas invasões pelas potências européias. Claro a mão-de-obra continuava a mesma, ou seja, escrava. João Antônio Andreoni (André João Antonil – jesuíta – através do livro “Cultura e Opulência do Brasil” – 1711) viveu no Brasil de 1681 a 1716 quando veio a falecer em Salvador. Em sua obra relata as relações político-econômico-sociais do Brasil colonial assim se referia:
“Os escravos são as mãos e os  pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente”.
Mais adiante, continua:                                                                                                                                                                               
“No Brasil costumam dizer que para o escravo são necessários três PPP, a saber: Pau, Pão e Pano. Pau, para os castigos; pão para a alimentação e Pano, para cobrir suas vergonhas”.

Tendo sido o principal centro da produção de açúcar, Pernambuco foi motivo de invasões e ambição do controle estrangeiro. No caso holandês (João Maurício de Nassau) dominou o nordeste de 1630 a 1654, deixando sua cultura nos melhoramentos da região e foi motivo de enredo da Escola de Samba Império Serrano que assim cantava



BRASIL HOLANDÊS
HOMENAGEM A MAURICIO DE NASSAU
(Mano Décio, Abílio Martins e Chocolate)

Lá, lá, rá, lá, rá, rá, rá
Pernambuco teve a glória
Divulgando na história
Do Brasil colonial
O governo altaneiro
Para o solo brasileiro
Culto, sereno e jovial
Deu assistência social

De João Maurício de Nassau
O progresso foi marcado

E por ele foi deixado
Na expansão comercial
Como governador
Conseguiu incrementar
A produção nacional
Foi Maurício de Nassau
Que desenvolveu o Brasil
Na indústria açucareira
E o transporte da nossa madeira
João Maurício de Nassau
Ao grande Brasil colonia




Nas lutas pela reconquista do território dominado pelos holandeses, não só portugueses (branco) tiveram participação. Negros, amarelos (índios), mulatos, mamelucos, cafusos, todos se envolveram nas lutas. A fuga de escravos devemos entender como ato natural. No entanto, é nesse momento que o desejo de liberdade aumenta. A canção a seguir apresenta as origens e caminhada desse povo que muito contribuiu para nossa formação. Vejamos:



AO POVO EM FORMA DE ARTE - QUILOMBO
Composição : Wilson Moreira - Nei Lopes

Quilombo pesquisou suas raízes
E os momentos mais felizes
De uma raça singular
E veio pra mostrar essa pesquisa
Na ocasião precisa
Em forma de arte popular
Há mais de quarenta mil anos atrás
A arte negra já resplandecia
Mais tarde a Etiópia milenar
Sua cultura até o Egito estendia
Daí o legendário mundo grego
A todo negro de "etiope" chamou
Depois vieram reinos suntuosos
De nível cultural superior
Que hoje são lembranças de um passado
Que a força da ambição exterminou
Em toda a cultura nacional
Na arte e até mesmo na ciência
O modo africano de viver
Exerceu grande influência
E o negro brasileiro
Apesar de tempos infelizes
Lutou, viveu, morreu e se integrou
Sem abandonar suas raízes
Por isso o Quilombo desfila
Devolvendo em seu estandarte
A história de suas origens
Ao povo em forma de arte




QUILOMBO DOS PALMARES
Noel Rosa de Oliveira e Anescar Rodrigues

No tempo em que o Brasil ainda era
Um simples país colonial,
Pernambuco foi palco da história
Que apresentamos neste carnaval.
Com a invasão dos holandeses
Os escravos fugiram da opressão
E do julgo dos portugueses.
Esses revoltosos
Ansiosos pela liberdade
Nos arraiais dos Palmares
Buscavam a tranqüilidade.
Ô-ô-ô-ô-ô-ô
Ô-ô, ô-ô, ô-ô.
Surgiu nessa história um protetor.

Zumbi, o divino imperador,
Resistiu com seus guerreiros em sua tróia,
Muitos anos, ao furor dos opressores,
Ao qual os negros refugiados
Rendiam respeito e louvor.
Quarenta e oito anos depois
De luta e glória,
Terminou o conflito dos Palmares,
E lá no alto da serra,
Contemplando a sua terra,
Viu em chamas a sua tróia,
E num lance impressionante
Zumbi no seu orgulho se precipitou
Lá do alto da Serra do Gigante.
Meu maracatu
É da coroa imperial.




A economia colonial que até então de encontrava na região litorânea, se transfere no início do século XVIII para oeste ficando conhecida como Região das Gerais, por ter sido encontrado o metal precioso, produto que os portugueses sempre almejou. Houve mudança na sociedade, sim. O centro econômico passou a girar em torno do ouro e pedras preciosas e portanto, Portugal passou a exercer maior controle. Surge uma classe média ainda que flutuante, visto que o interesse maior se encontrava na produção do ouro, não se desperdiçando tempo em produzir alimentos. Apesar de a grande parte da riqueza seguir para Portugal, a região também se beneficiou, como exemplo temos as obras do Alejadinho no circuito histórico de Mias Gerais e assim foi cantada:






VIDA E OBRA DE ALEIJADINHO
Juca, Duduca e Bala

Foi genial,
Realizou
Maravilhas sem igual
E de real valor,
Incomparável na escultura nacional,
Empolgando o nosso Brasil colonial.
Ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô
Antônio Francisco Lisboa,
Aleijadinho,
O imortal,
Ultrapassou a sua dor
Com a arte escultural.
Foi o marco inicial da escultura nacional
Projetando o Brasil
No conceito mundial.
Este grande brasileiro,
De rude formação,
Legou ao Brasil e ao mundo inteiro
O barroco brasileiro,
Nas cidades de Congonhas, Vila Rica, Sabará
E outras mais.
Lá-lá-lá-lá, lá-lá-lá-lá, lá-lá-lá
Revivemos a época
Deste filho de Minas Gerais




A situação da mulher filha do senhor de engenho era muito difícil. Ela era preparada para casar mal aprendendo o que se pode chamar de prendas domésticas. Desde cedo recebia para cuidá-la uma negra que lhe servia de ama de leite (a negra era engravidada ao mesmo tempo em que a mulher do senhor – sinhá – por ser considerada e ter o leite mais forte ou, mais tarde, para que a sinhá não viesse a ter os seios flácidos), e, ao longo da vida da sinhazinha (acompanhante), ser sua mucama. A sinhazinha na idade de 13, 14 anos era oferecida ao filho do senhor de outro engenho (normalmente por interesses econômicos) em casamento. Como os dois pouco sabia da vida sexual, a sua lua de mel transformava-se em um estupro.


TRECHO DA PEÇA ESCUTA ZÉ
Texto e roteiro de
Marilena Ansaldi)

Não sei por que sou negra.
Não sei por que, você é branco.
Nem você, aposto!
Mas, dessa diferença e da nossa ignorância –
Nascem mais desgraças que felicidade.
 Há todo um desequilíbrio
Em si mesmo, nascido dessas raízes.
Para seu bem estar,
Fui trazida, séculos atrás, pro seu país.
Para sua maior riqueza,
Meu estado de escravidão declarada
Passou a liberdade sem qualquer Infra-instrutora
Que me deixasse entrever
Suas boas intenções ou sentimento humanitário.
.

Para sua satisfação,
Ponho sua mesa e sou posta em sua cama
Para seu sossego,
Sou mantida num baixo nível educacional,
Em conseqüência do econômico,
E assim vai, num eterno vice-versa.
Para sua pesquisa,
Sou vista como elemento novo,
Capaz de te possibilitar o reencontro da natureza perdida,
De desatar-te as amarras que você construiu.
Para sua tranqüilidade espiritual,
Sou sempre tratada com a benevolência
Que veste os superiores.

(Trecho da fala de Zenaide na peça “Escuta Zé”



Abaixo podemos cantar o Samba Enredo XICA DA SILVA composto por Noel rosa de Oliveira e Anescarzinho para o Salgueiro em 1963 que traduz a riqueza da Região das Minas Gerais.



XICA DA SILVA
Noel Rosa de Oliveira e Anescarzinho

Apesar
De não possuir grande beleza
Xica da Silva
Surgiu no seio
Da mais alta nobreza.
O contratador
João Fernandes de Oliveira
A comprou
Para ser a sua companheira.
E a mulata que era escrava
Sentiu forte transformação,
Trocando o gemido da senzala
Pela fidalguia do salão.
Com a influência e o poder do seu amor,
Que superou
A barreira da cor,
Francisca da Silva
Do cativeiro zombou ôôôôô
ôôô, ôô, ôô.
No Arraial do Tijuco,
Lá no Estado de Minas,
Hoje lendária cidade,
Seu lindo nome é Diamantina,
Onde nasceu a Xica que manda,
Deslumbrando a sociedade,
Com o orgulho e o capricho da mulata,
Importante, majestosa e invejada.
Para que a vida lhe tornasse mais bela,
João Fernandes de Oliveira
Mandou construir
Um vasto lago e uma belíssima galera
E uma riquíssima liteira
Para conduzi-la
Quando ela ia assistir
À missa na capela

BRASIL IMPÉRIO

BRASIL IMPÉRIO

Fugindo de Portugal das forças Napoleônicas, D. João VI e toda a Corte Portuguesa, chega ao Brasil em 1808. Para suprir as necessidades da Sede do reino, tornou-se impressindível a criação de infraestrutura para atender a burocracia do governo. Como a nobreza aqui se encontrava, acostumada ao luxo, o lazer, o nada fazer,  atendimento à saúde etc., foi construído teatros, parques, escolas etc. Assim, a colônia que não gosava de nenhum privilégio, passou a ter como diz o samba do Império Serrano.




 Império Serrano - Samba Enredo 1957
DOM JOÃO VI



Foi D. João VI
O precursor da nossa Independência
Belo histórico texto
Esse monarca deixou
Livres todos os portos
E o comércio do Brasil
E outros atos importantes
Que o imortalizara
Em serviços relevantes


Esse vulto imortal
Ao regressar a Portugal
Disse ao seu povo
Oh, que terra hospitaleira
É aquela nação brasileira
Felicidades perenes eu gozei
Ali eu fui feliz
Ali eu fui um rei.




Na segunda metade do século XIX, o Beasil já dera início a sua industrialização ainda que insipiente. É nessa época que o Brasil se envolve em guerra com o Paraguai. Os militares brasileiros pouca experiência tinha guerras. Seus confrontos, até então, haviam sido internos considerados mais como de pacificação. Assim sem endo, é na prática seu grande aprendizado, levando a muitos deles se destacarem como canta o Império Serrano.



IMPÉRIO SERRANO
SAMBA ENREDO 1960

MEDALHAS E BRASÕES

Esta brilhante página
Da nossa história militar
É um lindo cenário de ilustrações
Que glorificaram os nossos rincões
Onde desfilaram
Medalhas e brasões
Que glorificaram
Seus filhos varonis
São fatos da nossa história
Que deram glórias ao nosso país
A coragem de Caxias
O Exército glorificou
A bravura de Marcílio Dias
A Marinha consagrou
Num predomínio de fé
Exaltamos Barroso
E o bravo Tamandaré
Ao finalizar essa história
Narramos as batalhas meritórias
Curuzu, Riachuelo e Paissandu
Tiveram muita expressividade
Em suas vitórias
Sua Majestade
Nosso querido imperador
Orgulhosamente
Nossos heróis condecorou
Lá lá lá lá
Brasil, ó meu querido Brasil








Apesar da insípida estrutura industrial, o Brasil ainda era agrário. A Europa e Estados Unidos já competiam pelo controle dos mercados e fontes de matéria prima mundiais. A Inglaterra, a mais prejudicada com a competição entende que o melhor caminho seria extinguir com a escravidão mundo, visto que, os ex-escravos se transformariam em consumidores. Esse momento assim foi visto por Castro Alves em seu antológico poema, Navio Negreiro


NAVIO NEGREIRO
Castro Alves  (trechos)


Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzenas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros...estalar do açoite...
Legiões de homens como a noite,
Horrendos a dançar...(...)
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus... (...)
Existe um povo que sua bandeira empresta
Para encobrir tanta infâmia e covardia... (...)
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra
Foste hasteada dos heróis na lança,
Antes te houvesse roto na batalha
Que servires a povo de mortalha!...

NAVIO NEGREIRO
Djalma Sabiá e Amado Régis

Apresentamos
Páginas e memórias
Que deram louvor e glórias
Ao altruísta e defensor
Tenaz da gente de cor
Castro Alves, que também se inspirou
E em versos retratou
O navio onde os negros
Amontoados e acorrentados
Em cativeiro no porão da embarcação,
Com a alma em farrapo de tanto mau trato
Vinham para a escravidão.
Ô-ô-ô-ô-ô.
No navio negreiro
O negro veio pro cativeiro.
Finalmente uma lei
O tráfico aboliu,
Vieram outras leis,
E a escravidão extinguiu,
A liberdade surgiu
Como o poeta previu.
Ô-ô-ô-ô-ô.
Acabou-se o navio negreiro,
Não há mais cativeiro.














Fernandes, Florestan em seu livro “O Negro no Mundo dos Brancos”, descaracteriza o termo de “Democracia Racial” no Brasil como sendo um “mito”. O que temos, na realidade é uma “Tolerância Racial”. O preconceito que até hoje ainda se verifica é fácil de ser constatadoatravés dos provérbios populares:
“Negro não nasce, aparece”.
“Negro não almoça,
“Negro não casa, ajunta”.
“Negro não dorme, cochila”.
“Negro não bebe água, engole pinga”.
“Negro não vive, vegeta”.
“Negro não fala, resmunga”.
“Branco nasceu para o mando
O negro para trabalhar
Quando negro não trabalha
De branco deve apanhar”.

Era nove de novembro. A homenagem a Esquadra Chilena seria um baile na Ilha Fiscal conhecida inicialmente como Ilha dos Ratos que se transformara no Último Baile da Corte Imperial do Brasil.
Assim se deu a despedida do Imperador que governou o Brasil durante 49 anos. Seis dias mais tarde a República foi proclamada e a família imperial retornou a Portugal. Assim Silas de Oliveira e Valdir Medeiros cantou:




O Último Baile da Côrte Imperial
Composição : Silas de Oliveira e Waldir Medeiros
Foi o último baile
Do Brasil Imperial
Foi realizado
Na antiga Ilha Fiscal
Os ilustres visitantes homenageados
Partiram para o seu país distante
Com êxito brilhante, emocionados
Sua Majestade o Imperador
Ao lado da Imperatriz
Diante de tanto esplendor
Sentia-se alegre e feliz
Jamais acreditaria
Que o seu reinado terminaria
E mesmo a Corte não pensando assim
A monarquia chegava ao fim

O BRASIL REPÚBLICA

O BRASIL REPÚBLICA




POEMA DE JOSÉ PAULO PAES

Vamos passear na floresta
Enquanto dom Pedro não vem.
Dom Pedro é um rei filósofo,
Que não faz mal a ninguém.

Vamos sair a cavalo,
Pacíficos, desarmados:
A ordem acima de tudo,
Como convém a um soldado.

Vamos fazer a República
Sem barulho, sem litígio,
Sem nenhuma guilhotina,
Sem qualquer barrete frigio.

Vamos com farda de gala,
Proclamar os tempos novos,
Mas cautelosos, furtivos,
Para não acordar o povo



No final do século XIX e início do século XX o Brasil tinha a quarta frota naval do mundo grande reduto da nobreza. No entanto, a situação dos marinheiros era o pior possível devido praticar uma disciplina opressora, esquecendo-se que foram com que lutaram lado-a-lado durante a Guerra do Paraguai. As punições eram violentas sendo utilizada a CHIBATA e o soldo, se é que assim poder-se-ia chamar, era simplesmente vergonhoso. Além disso, os marinheiros desejavam ter melhor acesso aos estudos o qual continuava sendo privilégio da oficialidade. João Bosco e Aldir Blanc assim registraram.


O Mestre-Sala dos Mares 

João Bosco e Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar apareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Entre cantos e chibatas




Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava, então:

Glória aos piratas, às mulatas, às sereias,
Glória à farofa, à cachaça, às baleias,
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esqueceram jamais.........

Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais

(Mas, salve...)

Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais



No Nordeste, ao final do século XIX surge a figura de Antônio Mendes de Maciel, “Antônio Conselheiro”, grande protagonista de Canudos. Antônio Conselheiro vivia fazendo pregações místicas, insurgindo-se contra algumas reformas da Igreja Católica.


Os Sertões (1976)
Composição : Edeor de Paula
Marcado pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra é seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida é triste nesse lugar
Sertanejo é forte
Supera miséria sem fim


Sertanejo homem forte (bis)
Dizia o Poeta assim
Foi no século passado
No interior da Bahia
O Homem revoltado com a sorte
do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia
Os Jagunços lutaram
Até o final
Defendendo Canudos (bis)
Naquela guerra fatal

GETÚLIO NO PODER

GETÚLIO VARGAS E O PODER
A Revolução de 1930, com o Slogan de liberal, levou o Senhor Getúlio Vargas ao Poder, derrotando o CORONELISMO, ou seja, o controle dos fazendeiros do café e do leite que comandaram a política do Brasil na chamada República Velha. Era a vitória do meio urbano. Tem início as reformas político-institucionais para garantir o novo tempo. Por não haver um conjunto de lei específicas para o trabalho assalariado, o Senhor Getúlio, por Decretos-Leis tratou de implementá-las, a tal ponto, que ficou conhecido como o Pai do Trabalhador,ou Pai dos Pobres. Os nossos poetas de plantão assim registraram seu longo período de governo de 15 anos.



PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ
Bertolt Brecht

Quem construiu a Tebas das Sete Portas?
Nos livros constam nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída?
Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas
Da Lima dourada moravam os operários?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que
A Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de Arcos do Triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio
Tinha somente palácios para seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogaram gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar os tragou

O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
Cesar derrotou os gauleses.

Não levava sequer um cozinheiro?
Felipe da Espanha chorou, quando sua Armada
Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava a conta?

Tantas histórias




O ANALFABETO POLÍTICO
Bertolt Brecht
O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

. O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.







CONSTRUÍSMO
J. Floriano Oliveira

A maior virtude do homem
É saber ouvir, já dizia Sidarta.
Para Bertolt Brecht o pior sindicalista
É aquele que não fala e não quer ouvir

Sindicato é uma associação
Em defesa dos interesses comuns
Sindicalismo é doutrina que congrega,
Preconiza, defende a política sindical.
Sindicalista é o militante doutrinário.

Sindicato não é emprego
Sindicato não é negócio
Sindicato não é meio-de-vida
Sindicato não é o “Eu”

Sindicato se conjuga o “Nós”
Sindicato não é singular
Sindicato é plural
Sindicato é categoria
Sindicato não é indivíduo
Sindicato é luta
Sindicato é presente
Sindicato é vida
Sindicato é amalgamar
Sindicato é construção

Na construção do “Eu” sindicato
Não se constrói o “Eu” indivíduo
Não existe obscurantismo
Muito menos narcisismo
E na linha do “ISMO”
Não cabe “EGO-ISMO”
Sindicato, portanto, é SOCIAL-ISMO

Quem trabalha é que tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O bonde São Januário
Leva mais um operário:
Sou eu que vou trabalhar
Em outubro de 1945, os chefes militares exigiram a renúncia de Getúlio Vargas que foi aceita. De volta ao Poder constitucionalmente em 1950, após o governo Dutra, sua campanha assim foi conduzida:

Bota o retrato do velho outra vez
Bota no mesmo lugar
O sorriso do velhinho
Faz a gente trabalhar
(música de campanha de Vargas)

A aceleração da industrialização foi uma das grandes metas do governo JK, justificando o “slogan” “50 anos em 5”. Montou-se um tripé, formado pelo empresariado nacional, investidores estrangeiros e o governo federal. O outro lado era criar a capital do Brasil no interior e, para tanto, ter-se-ia que abrir estradas, desenvolver a indústria automobilística e, principalmente, criar empregos
O seu “Plano de Metas” tinha como prioridades eram os setores industriais básicos e a educação. Claro que os grandes investimentos aceleraram a inflação afetando, principalmente as camadas mais populares, contornadas pela euforia existente. Assim o cancioneiro popular grafou o momento:


CIDADÃO

        (Lúcio Barbosa)

Ta vendo aquele edificio moco, ajudei a levantar.
Foi um tempo de aflicao, era quatro conducao, duas pra ir , duas pra voltar.
Hoje depois dele pronto, olho pra cima e fico tonto, mais me chega um cidadao, e me diz disconfiado: Tu ta ai admirado ou ta querendo roubar?
Meu domingo esta perdido, vou pra casa entristecido, da vontade de beber,e pra aumentar o meu tedio eu nem posso olhar pro predio que eu ajudei a fazerTa vendo aquele colegio moco, eu tambem trabalhei la,la eu quase me arrebento , pus a massa, fiz cimento, ajudei a rebocar.


Minha filha inocente, vem pra mim toda contente: Pai vou me matricular, Mas me chega um cidadao : Crianca de pe no chao , aqui nao pode estudar.
Essa dor doeu mais forte, por que que eu deixei o norte , eu me pus a me dizer, la a seca castigava mas do pouco que eu plantava, tinha direito a comer.
Ta vendo aquela igreja moco , onde o padre diz amen.
Pus o sino e o badalo ,enchi minha mao de calo, la eu trabalhei tambem.
La sim valeu a pena tem quermese tem novena e o padre me deixa entra, foi la que Cristo me disse: rapaz deixe de tolice, nao se deixe amendrotar.
(Refrao) 2 vezes
Fui eu que criou a terra, anchi o rio, fiz a serra , nao deixei nada faltar, Hoje o homen criou asa e na maioria das casas eu tambem nao posso entrar.

Ironizando o presidente Juscelino Juca chaves com suas sátiras musicais, Juca Chaves critica os excessos de despesas, suas viagens da Velhacap (Rio de Janeiro) para gerenciar as obras da Novacap (Brasília). São sátiras saudáveis, que na realidade se resume na Bossa Nova (estilo) de governar.

PRESIDENTE BOSSA NOVA

Bossa nova mesmo é ser presidente
Desta terra descoberta por Cabral
Para tanto basta ser tão simplesmente
Simpático, risonho, original
Depois, desfrutar da maravilha
De ser o presidente do Brasil
Voar da “Velhacap” (Rio de Janeiro} pra Brasília
Ver Alvorada e voar de volta ao Rio.
Voar, voar, voar,
Voar, voar, pra bem distante


Até Versalhes, onde duas mineirinhas
Valsinhas, dançam como debutantes
Interessante.
Mandar parente a jato pro dentista,
Almoçar com tenista campeão
Também pode ser um bom artista
Exclusivista.
Tomando, com Dilermando, umas aulinhas de violão.
Isso é viver como se aprova
É ser um presidente bossa nova
Bossa nova. Muito nova. Nova mesmo. Ultranova