terça-feira, 5 de abril de 2011

O BRASIL REPÚBLICA

O BRASIL REPÚBLICA




POEMA DE JOSÉ PAULO PAES

Vamos passear na floresta
Enquanto dom Pedro não vem.
Dom Pedro é um rei filósofo,
Que não faz mal a ninguém.

Vamos sair a cavalo,
Pacíficos, desarmados:
A ordem acima de tudo,
Como convém a um soldado.

Vamos fazer a República
Sem barulho, sem litígio,
Sem nenhuma guilhotina,
Sem qualquer barrete frigio.

Vamos com farda de gala,
Proclamar os tempos novos,
Mas cautelosos, furtivos,
Para não acordar o povo



No final do século XIX e início do século XX o Brasil tinha a quarta frota naval do mundo grande reduto da nobreza. No entanto, a situação dos marinheiros era o pior possível devido praticar uma disciplina opressora, esquecendo-se que foram com que lutaram lado-a-lado durante a Guerra do Paraguai. As punições eram violentas sendo utilizada a CHIBATA e o soldo, se é que assim poder-se-ia chamar, era simplesmente vergonhoso. Além disso, os marinheiros desejavam ter melhor acesso aos estudos o qual continuava sendo privilégio da oficialidade. João Bosco e Aldir Blanc assim registraram.


O Mestre-Sala dos Mares 

João Bosco e Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar apareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Entre cantos e chibatas




Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava, então:

Glória aos piratas, às mulatas, às sereias,
Glória à farofa, à cachaça, às baleias,
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esqueceram jamais.........

Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais

(Mas, salve...)

Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais



No Nordeste, ao final do século XIX surge a figura de Antônio Mendes de Maciel, “Antônio Conselheiro”, grande protagonista de Canudos. Antônio Conselheiro vivia fazendo pregações místicas, insurgindo-se contra algumas reformas da Igreja Católica.


Os Sertões (1976)
Composição : Edeor de Paula
Marcado pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra é seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida é triste nesse lugar
Sertanejo é forte
Supera miséria sem fim


Sertanejo homem forte (bis)
Dizia o Poeta assim
Foi no século passado
No interior da Bahia
O Homem revoltado com a sorte
do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia
Os Jagunços lutaram
Até o final
Defendendo Canudos (bis)
Naquela guerra fatal

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