sábado, 24 de setembro de 2011

A QUEM DEVEMOS CULPAR


A QUEM DEVEMOS CULPAR?

Temos acompanhado através dos meios de comunicações vários casos de delitos em nossa e outras sociedades. No nosso caso mais uma barbárie nos deixa estarrecidos. Refiro-me a fato de uma criança de dez anos de posse um revólver calibre 38, atirar em uma professora em plena sala de aula onde se encontrava mais 25 crianças vindo a suicidar-se logo após.
Buscar culpados ou explicações para tal fato, no mínimo, é ser inconseqüente. Tentarei, aqui, traduzir o pensamento de alguns segmentos da sociedade, sem, no entanto, ser imperativo.
No caso da Igreja Católica, esta diria que nos “mandamentos” da igreja estabelece que seja pecado matar, e, sendo procurada, rezar uma missa, pedindo a Deus que tome conta de sua alma.
Para a Igreja Universal e suas similares, esta iria considerar que o fato é “obra do demônio” e que a família precisa ser exorcizada.
Para os cardecistas, o ocorrido é parte da dívida de “vidas anteriores” e que em algum momento iria acontecer como forma de resgate.
Para os psicólogos as explicações viriam de exemplos deixados por filósofos e a constatação do “modismo” de que aparentemente, trata-se de bullyng.
A polícia por sua vez, diria que a cada momento estes fatos se tornam corriqueiros, mas que nada pode declarar por se tratar de uma criança de dez anos, portanto as investigações correrão em segredo de justiça.
O educador diria que o problema se encontra na família por não oferecer o mínimo de atenção em casa, permitindo à criança toda facilidade, liberdade e mais, deixando toda a responsabilidade da educação para a escola, visto que as crianças passam o dia todo sozinhas em casa e, muita delas, responsáveis por irmãos mais novos.
O cidadão comum, diria tratar-se de mais um caso dentre tantos outros que a “cidade grande” oferece.
A imprensa em todo seu corpo, dirá que mais uma catástrofe se abateu sobre a família brasileira. No entanto, e principalmente, a imprensa popular, fará cara de choro mandando seus pesares à família, mas entende como uma boa fonte de reportagem para a venda seus jornais.
A realidade é que diante das facilidades existentes, e do não engajamento dos órgãos públicos, autoridades, políticos (legislativo, executivo e judiciário), ou seja, aqueles que são responsáveis e tem o dever pelo encaminhamento de políticas educacionais, investindo, como já fizeram outros países há trinta anos atrás tinham uma educação menos desenvolvida que a do Brasil,  o ultrapassou e se encontra com a sociedade desenvolvida, enquanto isso, nossa política educacional regride a época medieval ensinando a nossas crianças “ler e contar”, haja vista o desempenho da escola pública no último ENEM.
Para explicar o mau desempenho, surgem os políticos com frases prontas ou de efeito (diria que retardado) afirmando seu compromisso em “até o final do governo” resolver os problemas da educação, como se educação se resolvesse em curto prazo ou se estivesse em campanha eleitoral (educação, saúde e segurança). O cidadão brasileiro não precisa ter curso superior para descobrir que estes três itens citados acima se encontra nas propostas de todos os partidos políticos (e ainda querem que os futuros candidatos venham a ser escolhidos em lista fechada) tirando do cidadão o direito de escolher seu candidato.
Por último, ainda existe aqueles que por ignorância ou comodidade irão colocar a culpa na televisão ou, mais recentemente na internet. Esquecem que o problema da motivação desses desvarios se encontra no somatório das negligências citadas.
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Para finalizar quero deixar um pensamento chinês:
“Se planejarmos para um ano, devemos plantar cereais; se planejarmos para uma década, devemos plantar árvores; mas, se planejarmos para toda a vida, devemos treinar e educar o homem”.
Kuan-Tzu

Belford roxo, 23 de setembro de 2011
José Floriano Oliveira

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