sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DAS TERRAS DO BEM VIRÁ OU ONDE SE PLANTANDO TUDO DÁ

DAS TERRAS DO BEM VIRÁ OU ONDE SE PLANTANDO TUDO DÁ

Após alguns anos da invasão dos portugueses nas terras de Pindorama (atual Brasil), a necessidade de colonizar e produzir bens que possibilidade de manutenção do empreendimento (conquistas, colonização e investimento), Portugal decidiu como forma de proteção das terras conquistadas, dotar o Brasil (Pindorama) com uma administração se a quisesse conservá-la das ameaças de invasão principalmente da frança.
Por ser um país pequeno e pouca população e ainda contar com o comércio oriental com atração de enriquecimento imediato, tornava-se difícil atrair essa escassa população para uma empreitada duvidosa. Assim sendo, o rei de Portugal como forma de superar as dificuldades decidiu estabelecer o sistema de Capitanias Hereditárias regida por dois documentos: Carta de Doação e Foral.
- Carta de Doação – Documento pelo qual o capitão-donatário recebia as terras.
a) o donatário podia doar lotes de terra;
b) tinha poderes judiciários e políticos;
c) tinha direito ao quinto (20%) do metal precioso e outras riquezas encontradas (o monopólio pertencia à coroa real);
d) direito de escravizar o gentio (índio);
e) hereditariedade às terras
- Foral – documento que estabelecia as relações jurídicas (direitos e deveres) com a coroa.
a) Concessão de SESMARIAS (lotes de terra – O rio de Janeiro era uma donataria. Os atuais municípios de Nilópolis, S. J, de Meriti e parte de Caxias, uma Sesmaria);
b) obrigação de defender o território;
c) o direito de parte da produção do sesmeiro;
d) o direito de armazenar armas e munições.
Na realidade o capitão-donatário ao receber os documentos básicos, passava a ser um rei nas terras recebidas por doação, visto que a coroa só a poderia reaver se o donatário a abandonasse ou por compra.
Como se pode observar a relação do governo da UNIÃO e seus auxiliares (ministros, secretários etc) tem suas origens desde o início de nossa formação. Logo, a imprensa está mais que correta quando se refere no loteamento dos poderes distribuídos aos Partidos Políticos ou o feudo do político fulano de tal quando se refere diretamente ao político.
Homenagem Ao Malandro
Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais.
Agora já não é normal, o que dá de malandro
regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal.
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, no trem da central

Ora, desde o momento em que importamos a manifestação cultural da comemoração do “DIA DAS BRUXAS”, e como sabemos as bruxas fazem bruxarias, ou seja, resolve todo tipo de problema que lhe apareça (para o “bem” ou para o “mal”), e mais, que nossas bruxas de fazerem valer os seus DOTES (esconder, desviar, sumir etc) o dinheiro público e após a bruxa ser descoberta não sofrer dano algum, deixa altaneira seu reduto com a declaração que é o melhor para o governo, para o Brasil e para sua honra, e ainda pede permissão para vez por outra, fazer uma ligação telefônica. Ou seja, pratica o MALFEITO, troca aperto de mãos e vai para casa curtir sua quarentena.
Tenho visto, lido e ouvido por parte de renomados antropólogos, sociólogos e cientistas políticos as mais diversas análises dos desmandos (malfeitos segundo a presidente) dos nossos ministros e representantes dos poderes (Justiça, Turismo, educação, agricultura, Transporte e Casa Civil etc – por enquanto) desvios de altas somas de Reais. No entanto, seu procedimento como passe de mágica ou BRUXARIA, são esquecidos na gaveta passando para a sociedade a mensagem de ASNICE.
Quando adolescente, à hora do café da manhã minha mãe falava “hoje é dia de faxina” eu e minhas irmãs sabíamos que naquele não havia brincadeiras (o banho de rio, a pelada, o jogo de gude tudo estava impedido). Era um tal de arrastar móveis, camas, vassouras em punho até completar o serviço determinado. A FAXINA da minha mãe era coisa séria e não brincadeira de pic-esconde. Ora, se minha mãe fosse viva e visse que atualmente FAXINA é a manutenção da sujeira e das moscas, ficaria horrorizada por entender que aqueles que têm a obrigação de manter a casa limpa, ou seja, de cuidar da RES PUBLIC, são os primeiros a se locupletarem-se.
Lembro que anos atrás, quando o Brasil viveu seu quarto de século em regime ditatorial, foi adotada a disciplina “Moral e Cívica”, e, entre outras, era usada a máxima: “O Brasil é um país rico e uma nação pobre”. Anos mais tarde melhor racionalizando a frase, o ser país rico entendemos como sendo o potencial de riqueza do nosso solo. Quanto à nação pobre eles queriam nos DOUTRINAR e manter-nos afastados não participando dessa riqueza (Loteamento dos poderes = Capitanias Hereditárias).
Ora, se o país é rico, se a riqueza se encontra no subsolo, esta pertence a UNIÃO. Se o Brasil optou pela FEDERAÇÃO, então o mais correto é que a riqueza seja distribuída a todos. Bem, se a riqueza deve ser distribuída a todos então o mais lógico é que a UNIÃO, COMO INSTITUIÇÃO MÁXIMA, como uma boa mãe, faça valer seu poder e divida o pão igualitariamente por todos os filhos. O que vemos hoje, ao que parece, o petróleo é a única riqueza disponível do Brasil, esquecendo-se do carvão, do minério de ferro, da bauxita, do xisto betuminoso, do metal precioso etc. Bem, se os irmãos (as partes federativas) querem ser justas, abram mão com os mesmos percentuais que está sendo cogitado por todos.

Você Abusou

Você abusou, tirou partido de mim, abusou
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Mas não faz mal, é tão normal ter desamor
É tão cafona, sofredor
Que eu já nem sei se é meninice ou cafonice o meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos que não usam o coração como expressão
Você abusou, tirou partido de mim, abusou
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos


Como já vimos acima à cultura de lotear o PODER é uma cultura que se encontra enraizada no Brasil. A distribuição de cargos sempre foi feita entre os partidos componentes de uma coligação política. No entanto, entregar a chave e o segredo de um Ministério ao Partido Político sem posteriormente, após saber das falcatruas, desmandos, malfeitos, ter o direito de questionamento, fica, deveras, inconcebível continuar esse tipo de compromisso em nome da governabilidade.
Com todo respeito que temos à história do PC do B (Partido Comunista do Brasil) das suas lutas e lideranças que fizeram a história do Brasil, não podemos aceitar que uma agremiação política esteja acima dos valores do Estado e da Nação Brasileira, como está consagrado no artigo 59 de seu estatuto. Analisem: “A atuação dos comunistas no exercício de cargos públicos, eletivos ou comissionados indicados pelo partido, ou em funções de confiança do legislativo ou do executivo, em todas suas instâncias de governo de que o partido participe, constitui importante frente de trabalho e está a serviço do projeto político partidário, segundo norma própria do Comitê Central”.
Entender que todo partido político tem que ter sua ideologia, sua doutrina é mais que correto, é imprescindível, mas, aplicar essa ideologia acima da nossa Carta Magna, no mínimo passa a existir incompatibilidade, visto que a Constituição Brasileira de 1988 se refere em seu artigo 87:
Art. 87 - Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Inc. IV – Praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
O novo ministro do esporte, Aldo Rebelo, declarou que ao aceitar o convite da presidente Dilma Rousseff, assumiu o compromisso de defender os interesses do país acima de tudo. Por outro lado, o deputado Daniel de Almeida (Ba), integrante do comitê Central do PCdoB, diz: “o erro é dos demais partidos, que não têm regras partidárias rigorosas sobre a ocupação de cargo eletivos ou executivos de seus militantes”.
PECEBÃO E... PC-------------------------b
Como em resposta ao que escrevi esta semana (ainda sobre corrupção), ao ler a coluna do Gois, sergipano de boa cepa de Tobias Barreto, encontro o título – O Que é Isso Companheiro – o Globo, de leitura rápida e agradável, faz comentários sobre as duas siglas partidárias: PCB E PC do B (Partido comunista Brasileiro e Partido Comunista do Brasil). Assim se refere Anselmo Gois:
Adormecida há uns trinta anos, desde quando Lula ainda comandava greves no ABC, Brizola assustava os militantes com a possibilidade de chegar à presidência e Zico (Mengooooooo!) fazia gols pelo Flamengo, a briga entre PCB e PCdoB pelo legado do comunismo no país ressurgiu semana passada com as denúncias contra o pecedobista Orlando Silva no Ministério do Esporte.
Em nota o velho Pecebão acusou os camaradas do PCdoB de “propaganda enganosa, falsidade ideológica, estelionato político e apropriação indébita” por terem divulgado em seu programa na TV que o partido deles vai fazer 90 anos em 2012. “Todas as pessoas razoavelmente informadas, todos os intelectuais, historiadores, militantes políticos e sociais sabem que o PCdoB foi fundado em 1962 por uma insignificante minoria do Comitê Central do PCB. O PCB sim, vai fazer 90 anos. O PCdoB fará 50 anos em 2012”.
Na verdade, o Pecebão atual representa também um grupo que não aceitou as resoluções do X Congresso, em 1962, que alterou o nome da sigla de Partido Comunista Brasileiro, PCB, para Partido Popular Socialista PPS, sob o comando de Roberto Freire.
Já o PCdoB garante que, ao romper com o Partidão, em 1962, levou junto – Além da preposição “do” que constava do nome original (o PCB, até ali, chamava-se Partido Comunista do Brasil) – o ideário da fundação em 1922”.

Abaixo é possível apreciar os atuais capitães-donatários. São esses que, com certeza, estarão posando de bons moços pedindo voto para si ou para aqueles que irão representá-los nas próximas falcatruas.


O que fica difícil de entender é a postura da administradora-mor se mantendo em silêncio para não afetar o poder dos SESMEIROS em nome da governabilidade. Ou seja, não me envolverei nessa guerra visto que as DONATARIAS E SESMARIAS já distribuídas.
Senhores e senhoras líderes políticos, o Brasil não PERTENDCE A UM PUNHADO DE CAPITÃES-DONATÉRIOS ONDE A TRANSMISSÃO DE DIREITOS ERA FEITA HEREDITARIAMENTE.
Ao escrever esse parágrafo lembrei-me de João Cabral de Melo Neto e sua poesia Morte e vida Severina. Por ser muito longa, reproduzirei somente a parte que foi musicada por Chico Buarque de Holanda.
Morte E Vida Severina
Esta cova em que estás, com palmos medida
É a c
onta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a part
e que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividi
da
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás m
ais amplo que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais q
ue no mundo, te sentirás largo
É uma cova grande pra tua
carne pouca
Mas a terra dada nã
o se abre a boca
É a c
onta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
(É a t
erra que querias ver dividida)
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada não se abre a boca
Só espero que essa reforma (FAXINA) feita na panela de pressão venha  sensibilizar a presidente, e no início do próximo ano, ao fazer a já tão badalada reforma ministerial, escolha pessoas capazes e de talento que te traga orgulho de, no final do mandato a senhora possa dizer: Fiz um governo onde aqueles que estiveram comigo foram coniventes e interagiram com toda a nação brasileira.
Por último deixarei o pensamento de Thomas Moro, autor de Utopia, quando se refere ao estado e sua relação com a sociedade:
“O estado é a expressão da classe dominante. Uma sociedade justa supõe um fundamento totalmente diferente; em toda a parte onde a propriedade é um direito individual, onde todas as coisas se medem pelo dinheiro, nunca será possível organizar a justiça e a prosperidade social”.

PS - Com a posse de Aldo Rebelo e presença do ex-ministro Orlando Silva (recebendo flores), a transmissão de cargo festiva, a presidente Dilma, em discurso na posse dizendo que o trabalho do ex-ministro foi excepcional, a oposição calando suas críticas a Aldo Rebelo, SERÁ o apito inicial do TERCEIRO TEMPO????????????????.

Belford Roxo, 28 de outubro (dia de Judas Tadeu) de 2011
José Floriano Oliveira


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DO DIREITO À CIDADANIA

DO DIREITO À CIDADANIA


O ex-coodenador da Lei Seca e subsecretário estadual de governo do estado do Rio de Janeiro, Alexandre Felipe Vieira Mendes, tendo sido denunciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio doloso (com intenção de matar), lesão corporal omissão de socorro no dia 25 de agosto de 2011, em Niterói, por não se apresentar à polícia, tornou-se foragido.
A acusação formal é a de que havia atropelado quatro pessoas sendo uma delas fatal. Em declaração a imprensa, afirmou de ter bebido meia taça de vinho. Seu automóvel, um PAGERO, foi na mesma noite retirado do local por um reboque da própria Lei Seca (Acena do crime foi desfeita).
O desembargador Roberto Távora plantonista judiciário no sábado (15 de outubro de 2011), revogou o pedido de prisão preventiva em favor de Alexandre Felipe vieira Mendes, alegando o fato do acusado não ter anotação criminal, trabalhar e morar em endereço fixo e ser réu primário. Apesar da liberdade concedida, o acusado teria que entregar o passaporte em 24 horas, tornando-o então, proibido de deixar o país.
Não devemos fazer juízo prematuro. No entanto sabemos que pouquíssimos são os casos conhecidos onde aqueles que têm praticado crimes por embriaguês sejam levados a julgamento e condenados principalmente quando o autor é ou representa a camada social acima da média.
Aprendi nos bancos da escola que o cidadão não é obrigado a saber a Lei, mas a partir do momento em que dada publicidade, todos tem a obrigação de conhecer. Nesse sentido, é que não perco a oportunidade de, ao escrever, citar o artigo 5º da nossa Norma Maior, a Constituição Brasileira: “Todos somos iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade”.
O brasileiro, por mais simples que seja se sente “pequeníssimo” quando vê, houve através da imprensa atos como esse que desabona a nossa já tão desprestigiada justiça (será sua prática intencional ou uma demonstração de superioridade).
Ora, nossos compêndios o Código de Trânsito Brasileiro, o Código Penal é enfático em seus artigos:
Artigo 306 – Conduzir o veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência (redação dada pela Lei 11.705 de 19/06/2008) está sujeito a pena de:
6 (seis) meses a 3 (três)anos de detenção, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.
Artigo 309 – Dirigir o veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo ou dano é passível de pena:
6 (Seis) meses a 1 (um) ano ou multa
Artigo 311 – Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escola, hospitais, estações de embarque ou desembarque de passageiros logradouros estreitos ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas gerando perigo ou dano, pena de:
6 (seis) meses a 1 (um) ano ou multa.
Já o Código Penal estabelece:
Artigo 70 – quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante com o disposto no artigo anterior.
Fica, aqui, meu desencanto: como devemos tratar esse indivíduo, como cidadão comum que desconhece a Lei, ou com o agravante de ser o senhor Alexandre Felipe Vieira Mendes coordenador da “Lei Seca”, essa mesma que mais do que basdalada, leva o governador a transformá-la em “ícone” de seu programa de governo e aspirações a Cadeira maior do País. Será que o brasileiro é desonesto, vulgar, imbecil ou simplesmente aceita que o indivíduo por ser governo ou amigo daqueles que se encontram à frente da administração do estado é incólume, isento de qualquer penalidade; Será que nosso problema maior não se encontra na ausência de lideranças naturais que venham a coordenar os desígnios da sociedade; Será que após tantas luta devemos deixar morrer a conquista em prol do “Ficha Limpa”; Ou devemos voltar a cantar nas ruas a música de Geraldo Vandré: “Vem vamos embora que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora não espera acontecer”.
Está na hora de vivermos nosso presente e construir o futuro.

Belford Roxo, 19 de outubro de 2011
José Floriano Oliveira

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

FELIZ DIAS

OBRIGADO DA MATTA

Hoje é Dia da Criança (12 de outubro), Dia da Padroeira do Brasil, dia do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, Dia do Descobrimento do Brasil e futuro Dia de conscientização e Combate a Corrupção, a Ficha Suja, ao Direito do CNJ Julgar os Juízes.
FELIZ DIAS!
Todo dia é dia. Dia de Ver, Ouvir e Ler o jornal. Dia de tomar conhecimento das notícias do Brasil e do Mundo. Uns sonorizados, outros, como os escritos, silenciosos (mal se ouve o farfalhar da virada da folha seguinte). É através desses veículos, que o mundo chega até você.
Foi assim que tomei contato com a crônica do antropólogo Roberto da Matta me deixando muito pequenino e, ao mesmo tempo, orgulhoso por brasileiro por ter o privilégio de conhecer e conviver com tão ilustre personalidade que Além do seu saber, nos dá uma aula de como unir as palavras com tamanha simplicidade.
Após fazer a leitura de sua coluna em o Globo de 12 de outubro de 2011, parei para refletir sobre o Ser Humano e suas três fases: 1) a fase do aprender (do nascimento aos 25 anos); 2) a fase do produzir, da criação, de contestar (dos 25 anos até os 65 anos); 3) a fase do descansar e refletir (acima dos 65 anos).
Pensando assim, entendi que o ato de escrever, é um “Don”. A simplicidade do texto nos reporta e nos dão conta da importância do saber ler e, até mesmo, entender que as coisas mais óbvias estão ao nosso alcance. Por outro lado, entristecidos por saber que nem todos têm a condição, o acesso a coisas que, por meios diferenciados já conhecemos (a informação sonorizada), mas como se refere o próprio DaMatta, torna-se difícil memorizar eternamente, seu tempo é exíguo.
Todos nós já tivemos nossa “tia Amélia”. Todos nós, em algum momento, pegamos em um lápis ou caneta e deixamos que ela deslizasse sobre o papel (com maior ou menor facilidade), traduzindo nosso pensar, eternizando aquele momento de desabafo, de tristeza, de fuga, ou mesmo de amor.
É triste sabermos que mais de quarto da população brasileira não tem acesso a escrita, ou aqueles de pouca leitura, não alcançam plenamente o seu conteúdo tornando-se dependentes de pessoas desajustadas ou superajustadas.
Somos Privilegiados.
A escrita tem o “Dom” de nos transportar além do imaginável em forma silenciosa de exprimir e, ao mesmo tempo, de transportar o “MUNDO” para dentro de nosso “SER”.
Belford Roxo, 12 de outubro de 2011
José Floriano Oliveira


O QUE HÁ NA ESCRITA?
Roberto DaMatta

A todos nós foi dada a capacidade de falar, E a alguns a de escrever essa forma admirável de pensar. Nela falamos sem produzir sons, mas desenhando símbolos. O lado de dentro importa mais que o de fora. É normal escrever para si mesmo, já o falar nos leva a um hospício. Na fala e na escrita há ouvintes e leitores, mas na fala o interlocutor deve estar presente, pois as palavras exigem o outro. Já na escrita, é preciso desenrolar o pergaminho, abrir o  livro ou carta para ouvir o seu autor (ou Autores) e descobrir o seu espírito e suas intenções. Ou imaginar o eventual leitor. Num caso, o som tem parentesco com o barulho e o caos; no outro, há aquele silêncio que é a marca maior do ato de escrever – essa nobre, essa soberana, essa orgulhosa e altruistica ação que só nós humanos, conhecemos, pois o escrever fica, mas o falar passa..
........................................................
Nestra semana rotineira com correios e bancos em greve, fico fascinado com a novidade de que o universo se expande - tal como o capitalismo chinês – em alta velocidade. Os chamados astrofísicos são mitômanos levados a sério, enquanto os do cinema  e da televisão são jogados no lixo dessa nossa “baixa-modernidade”, como me ensinou Eduardo Portela. No caso dos astrofísicos, impressiona-me a sua obsessão com as origens do universo, algo que eles compartilham com os modestos pensadores tribais, os quais são parte da minha primeira vida como etnólogo, quando eu corria atrás de índios nas fronteiras do Brasil que ainda não tinham conseguido morder o próprio rabo.
Ouvi, transscrevi e li à exaustão mitos de origem. Aliás, a mais celebrada teoria do mito - a do consagrado Claude Lévi-Strauss – escrita no inicio dos anos 50 e desenvolvida na sua fabulosa tetralogia intitulada “Mytilogiques” (publicada entre 1964 e 1971), os mitos existem para responder perguntas sem resposta. Por que o mundo foi inventado? De onde veio a humanidade com a sua moral e seus meios de sobrevivência? Como foi que os animais  se distinguiram dos homens? Por que são necessários dois seres humanos para fazer um? De onde veio a morte se no início dos tempos a humanidade era tão imortal quanto os membros da Academia Brasileira de Letras?
Os contadores de mitos das sociedades sem escrita, sem constituição e sem cálculos complexos (até hoje estigmatizadas como “selvagens” e ‘primitivas”), dizem que o humano foi inventado num tempo imemorial, implantado pelas palavras de uma língua cuja origem é, por sua vez, contada num outro mito, pois, conforme aprendi com Levj-Strauss e, sorri..., com Thomas Mann, um mito pensa e remete a outro mito, tal como a música, os livros, os deuses, a poesia e o amor se pensam indefinidamente entre si. Assim eles sabem como, mas não quando, o mundo surgiu. Já os nossos astrofísicos são mais apaixonados pelo quando do que pelo como.
Para qualquer ser humano, pensar em termos de nanossegundos é impossível, do mesmo modo que humanamente inconcebível imaginar uma unidade temporal para além de 10 mil anos. Pois, tirando os poetas que, como diz Kundera, dizem tudo, ninguém pode ter um sentimento de milhões de anos. Só uma fómula matemática traduz esse tempo intemporal. Mas entre a fórmula científica e a fórmula que eu ouvia de Tia Amália quando iniciava suas histórias – “isso aconteceu no tempo em que os bichos falavam...” -, eu acho mais razoável e, sorri novamente, até mesmo mais racional, ficar com Titia...
....................................................
Fiz uma conferência e ganhei uma caneta tinteiro. Na viagem de volta, preso na dura solidão coletiva de um avião lotado pelo duopólio aéreo instituído no lulopetismo, escrevi o meu velho nome. Fui imediatamente remetido a Juiz de Fora e a uma humilde escola do bairro dos operários, quando a professora nos iniciou na nobre arte de escrever à tinta. Tomei contato com as penas de metal que na ponta de um cilindro de madeira da pior qualidade (providenciada, é claro, pelo Ministério de Educaaação e cultura), serviam como instrumentos de escrita depois de serem mergulhados nos frascos cheios daquele misterioso líquido azul-marinho.
A mestra explicava eu a tinta beirava o “eterno”. Com o lápis tudo poderia ser apagado, como se não tivesse existido, exatamente como as palavras faladas a serem levadas pelo vento. Mas, com a tinta, esse material perigoso (e marcante) que teríamos que usar, as coisas ficavam. Qualquer descuido, caía um pingo no papel, manchando-o e dele tirando a pureza feita em branco; por outro lado, se a “pena” ficasse saturada, a escrita transbordava o papel. Fomos depois apresentados a um personagem importante: o mata-borrão, que, como um guardanapo à boa mesa, acompanhava o ato de escrever à tinta.
Escrever à tinta dá asas à fantasia de imortalidade. É a antessala do livro, do decreto, da placa de bronze e do “documento”. Pois entre nós – humanos – a execração, o ódio, e o insulto cabem também ou até mais no papel do que na fala. A fala, sendo curta e exigindo a pessoalidade, tem mais limites do que a carta escrita com maldade e ódio, vingança e ressentimento. Ademais, a “escrita”, como os decretos e as leis, pode ser anônima ou coletiva. Pois, como aprendi com aquela humilde professora, o que falamos fica na memória, mas o que foi escrito permanece. Seja como um ato de amor ou como prova de arrogância e de transtorno mental. Cuidado, dizia ela, com o que você escreve a tinta – com aquilo que, impresso, não pode ser apagado.
O Globo, 12 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

NOSSOS "maus" COSTUMES

NOSSOS MAUS COSTUMES

Quando vemos a ação de pichadores que não se contéem em sujar os prédios e obras de arte da cidade, predadores que destroem monumentos, ou simplesmente, o cidadão que espalha sujeira pelas calçadas (guimbas de cigarros, papéis de bala, restos de comida), transitando pelos jardins apesar das placas de advertência, ficamos constrangidos.
Quando vemos em filmes ou reportagens praças e jardins bem cuidados, ruas limpas, eu, particularmente, fico com inveja. É uma inveja contida e me questiono: Onde está nosso erro?
Na realidade nós sabemos, mesmo sabendo que pobreza não é causa.
Que bom seria se os cidadãos acordassem imbuídos por seres transcendentes, eliminássemos de nossos costumes terceiro-mundistas ações das quais devêssemos nos orgulhar sem a necessidade de “normas reguladoras”.
Que seria se nós assumíssemos o desejo de mudança?
Que bom seria que o desejo de mudança partisse independentemente de qualquer ação do cidadão?
Bem, para isso deixo como exemplo, a foto publicada hoje no jornal “o globo”.
Por saber que somos avessos às coisas criadas por nós, brasileiros, fui buscar em meus alforrábios, uma história da cidade de Liverpool, na Inglaterra, que serve como mensagem:
A RUA DOS GERÂNIOS
Liverpool, cidade industrial inglesa, é conhecida por poluição. Certo dia uma senhora colocou um vaso de gerânios na janela. Dois dias mais tarde uma vizinha de frente, invejosa, achando os gerânios bonitos, fez o mesmo colocando dois vasos de flores. Alguns trabalhadores, voltando para casa, notaram duas janelas diferentes. Suas mulheres vaidosas resolveram também comprar flores. Um mês depois, todas as janelas da rua tinham pequenos jardins.
Alguém pintou a fachada do lugar onde morava, já que a beleza das flores realçava a feiúra do resto. O exemplo foi imitado.
Um ano depois, a cinzenta e triste rua de Liverpool se transformou num modelo de urbanização. Hoje, cinco anos depois, o bairro inteiro está sendo modificado com o apoio da prefeitura.
Tudo porque, um belo dia, alguém colocou um vaso de gerânios na janela.

Belford Roxo, 11 de setembro de 2011
José Floriano Oliveira