NOSSOS MAUS COSTUMES
Quando vemos a ação de pichadores que não se contéem em sujar os prédios e obras de arte da cidade, predadores que destroem monumentos, ou simplesmente, o cidadão que espalha sujeira pelas calçadas (guimbas de cigarros, papéis de bala, restos de comida), transitando pelos jardins apesar das placas de advertência, ficamos constrangidos.
Quando vemos em filmes ou reportagens praças e jardins bem cuidados, ruas limpas, eu, particularmente, fico com inveja. É uma inveja contida e me questiono: Onde está nosso erro?
Na realidade nós sabemos, mesmo sabendo que pobreza não é causa.
Que bom seria se os cidadãos acordassem imbuídos por seres transcendentes, eliminássemos de nossos costumes terceiro-mundistas ações das quais devêssemos nos orgulhar sem a necessidade de “normas reguladoras”.
Que seria se nós assumíssemos o desejo de mudança?
Que bom seria que o desejo de mudança partisse independentemente de qualquer ação do cidadão?
Bem, para isso deixo como exemplo, a foto publicada hoje no jornal “o globo”.
Por saber que somos avessos às coisas criadas por nós, brasileiros, fui buscar em meus alforrábios, uma história da cidade de Liverpool, na Inglaterra, que serve como mensagem:
A RUA DOS GERÂNIOS
Liverpool, cidade industrial inglesa, é conhecida por poluição. Certo dia uma senhora colocou um vaso de gerânios na janela. Dois dias mais tarde uma vizinha de frente, invejosa, achando os gerânios bonitos, fez o mesmo colocando dois vasos de flores. Alguns trabalhadores, voltando para casa, notaram duas janelas diferentes. Suas mulheres vaidosas resolveram também comprar flores. Um mês depois, todas as janelas da rua tinham pequenos jardins.
Alguém pintou a fachada do lugar onde morava, já que a beleza das flores realçava a feiúra do resto. O exemplo foi imitado.
Um ano depois, a cinzenta e triste rua de Liverpool se transformou num modelo de urbanização. Hoje, cinco anos depois, o bairro inteiro está sendo modificado com o apoio da prefeitura.
Tudo porque, um belo dia, alguém colocou um vaso de gerânios na janela.
Belford Roxo, 11 de setembro de 2011
José Floriano Oliveira
E porquê não assumir o desejo de mudança Floriano?
ResponderExcluirAs pichações não o são? Claro que não aprovo, mas são desejo de mudança...
No fundo ninguém quer um ambiente inóspito, poluído e feio para morar, ninguém contempla a poluição visual como expressão artística, na verdade é um grito que pode ser interpretado sob diversas óticas.
O meu lado otimista diz que devemos lapidar essa rebeldia travestida na pichação do espaço público...Vejo latente uma consciência ambiental viva nos jovens. Modismo ou injeção de realidade o fato é que esse movimento deve servir de exemplo a ser multiplicado, como os gerânios de Liverpool. O desejo de mudança tem que ser explorado e desentranhado desses jovens Floriano, por NÓS, que ficamos na janela a cobiçar as coisas do vizinho...Beijão (adoro essas suas crônicas) Parabéns, como sempre!