RIO DE JANEIRO – NOVEMBRO DE 2010
DE CADA RUA, VIELA OU ESQUINA,
VÊ-SE HOMENS ALADOS ARMADOS
QUE SOBREVOAM O ESPAÇO.
A CADA MOMENTO OUVE-SE O MATRAQUEAR,
DE ARMAS A DETONAR.
É ROTINA.
AO LONGE UMA COLUNA DE FUMAÇA DESCORTINA.
A IMPRENSA, ATENTA, CHAMA A ATENÇÃO.
É COINCIDÊNCIA OU ESTÁ VIRANDO ROTINA?
DAS CASERNAS, DOS GABINETES,
AUTORIDADES, POLÍTICOS E PENSADORES
DISPUSERAM-SE A EXPLICAR, A ANALISAR,
A TRISTE CONSTATAÇÃO DA AUSÊNCIA
DO PODER PÚBLICO NAS ÁREAS HÁ ANOS CONTROLADAS,
A CERTEZA E QUE A ORDEM DAS AÇÕES PREDATÓRIAS
PARTIU DE MARGINAIS CONDENADOS PELA JUSTIÇA
RECLUSOS EM PRESÍDIOS DE “SEGURANÇA MÁXIMA”.
É O RECONHECIMENTO DE UM ESTADO DENTRO DO ESTADO.
É A CONSTATAÇÃO DO ESTADO PERMISSIVO,
PELO QUAL PASSA A “CIDADE MARAVILHOSA”.
O CORRE-CORRE É GERAL:
CORRE O MARGINAL NO MATAGAL,
CORRE A POLÍCIA NO COMBATE AO MAL,
CORRE O CARIOCA PARA A PRAIA,
CORRE A POPULAÇÃO EM BUSCA DE PROTEÇÃO ,
CORRE A CRIANÇA ATRÁS DA BOLA,
CORRE A AUTORIDADE PARA A TELEVISÃO,
CORRE O TORCEDOR, É FINAL DE CAMPEONATO.
E AO LONGE NOVA CORTINA DE FUMAÇA.
CORRE O BOMBEIRO PARA DEBELAR O FOGO,
CORRE, CORRE, CORRE, CORRE,
CORRE QUE A BALA É LIGEIRA.
CORRE A AMBULÂNCIA EM SOCORRO DO FERIDO ,
CORRE O REPÓRTER EM BUSCA DE NOTÍCIA ,
CORRE QUE É O FIM DA FAVELA ROMANTIZADA.
CORRE A COMUNIDADE, BANDEIRA A TREMULAR,
CORRE O SOLITÁRIO EXORTANDO A “LIBERDADE”.
FLORIANO
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